domingo, 7 de fevereiro de 2010

Violação dos direitos humanos no Sri Lanka - A UE retirou, os benefícios às exportações de têxteis


Devido às acusações de violação dos direitos humanos no Sri Lanka, a UE retirou, para já, os benefícios às exportações de têxteis e vestuário do país, o que tem levado a um aumento das preocupações dos empresários locais. No entanto, Bruxelas mantém a via do diálogo aberta, não pondo de lado o regresso do GSP+.
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UE negoceia GSP+

O líder da delegação da União Europeia ao Sri Lanka, o embaixador Bernard Savage, revelou que a União Europeia (UE) está empenhada em prosseguir o diálogo com as autoridades do Sri Lanka para assegurar a continuação do esquema de comércio GSP+. Os seus comentários seguiram-se à decisão de Bruxelas de, temporariamente, suspender os termos de comércio preferencial com o Sri Lanka devido ao seu historial de violação dos direitos humanos.

Antes da suspensão entrar em vigor, durante os próximos seis a oito meses, o Sri Lanka e a UE vão analisar as razões da suspensão do GSP+. «Estamos empenhados em prosseguir o diálogo com o governo do Sri Lanka em relação ao GSP+», referiu o embaixador Savage na conferência de imprensa do Tratado de Lisboa. «Estamos a falar de um período de seis a oito meses em que os benefícios do GSP+ não serão retirados. Durante este período vamos continuar o diálogo com o governo para permitir à Comissão rever a sua decisão, antes da suspensão entrar em vigor», referiu.

Embora não haja declarações oficiais do Governo do Sri Lanka, este manifestou a vontade de cooperar com a UE para manter o esquema. Na cerimónia dos prémios da Câmara de Comércio do Ceilão, o Ministro dos Direitos Humanos, Mahinda Samarasinghe, revelou que o Governo está a desenvolver um plano de acção para a protecção dos direitos humanos. O Ministro afirmou que o plano de acção – que deve tornar-se público em breve – deverá também ajudar a manter o esquema de comércio GSP+. «Esperamos que esta iniciativa contribua para assegurar um melhor contexto sobre o qual as concessões como o GSP+ podem ser negociadas e asseguradas», afirmou o Ministro.

Entretanto, os exportadores de vestuário do Sri Lanka estão ansiosos perante esta situação. Os exportadores afirmam que alguns compradores internacionais de vestuário do Sri Lanka estão já a pedir às empresas locais para absorverem os custos resultantes da perda do GSP+. «Alguns compradores já pediram às nossas unidades de produção para suportarem os custos fiscais adicionais, mas alguns concordaram em dividi-los, para que ambas as partes se responsabilizem pelos custos adicionais», revelou Rohan Masakorala, secretário-geral do Joint Apparel Association Forum (JAAF). «De qualquer forma, isso vai ser muito difícil para as nossas empresas porque não estão a operar com grandes margens de lucro, sobretudo as PME’s», acrescentou.

Embora os exportadores de vestuário tenham já encomendas para o primeiro semestre de 2010, a incerteza mantém-se para o segundo semestre e para o futuro.

Fonte:portugaltextil.com

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