Já está claro que as tendências para o inverno 2010 são ombros estruturados, legging, camisão e jaqueta militar. Em breve, peças assim estarão nas vitrines das marcas que desfilaram na SPFW e das lojas do Bom Retiro.
Falta saber como o brasileiro pode firmar seu papel de criador de tendências - em vez de absorver modas que vêm de fora, recriá-las e devolvê-las ao mercado.
"Parece assunto velho, não? Mas é atualíssimo. O Brasil está em foco, porém, continua sendo visto pelo viés do futebol, do colorido, da música", diz Simon Collins, reitor da Parsons, uma das mais conceituadas escolas de design do mundo. (Velha conhecida de quem acompanha o reality show Project Runway, transmitido no Brasil pela GNT, é lá que os candidatos a estilista fazem suas criações.)
Collins veio de Nova York para a palestra do WGSN na manhã de ontem. Maior portal de tendências do mundo, o encontro do WGSN com "o povo do mercado" já entrou para o calendário da moda brasileira. Ontem, o reitor falou ao Estado sobre este velho tema que, ao mesmo tempo, é tão atual.
Entrevista - Simon Collins: reitor da Parsons, conceituada escola de design de NY, fala sobre como fugir dos estereótipos.
Especialista diz que os estilistas devem tirar proveito de características locais sem cair nos clichês de futebol, praia e música
Se formação é a melhor saída, como educar o criador brasileiro para um mercado, de fato, global?
Claro que há marcas que já fincaram seu pé no mercado global, mas o brasileiro ainda precisa aprender a tirar proveito de sua imagem sem cair nos velhos estereótipos. Acho que o Brasil está caminhando. E, sinceramente, eu me pergunto o tempo todo se o mundo ainda precisa de mais marcas globais. De repente, o local é o que vai vender melhor.
Então, a moda brasileira é provinciana e pode tirar proveito disso?
Sim e não. Eu não diria provinciana num sentido negativo. A cultura local pode ser universal. E isso pode ser um trunfo. Hoje, mais do que vender em volume, é preciso conhecer para quem se está vendendo. Ao lançar uma tendência como a bermuda ciclista, há que pensar: quem vai vestir isso?
Além o futebol, da música e do verão, qual é a cara do Brasil?
Está também na hora de se livrar da camisa de força de "fazer moda brasileira". Moda é moda. É inegável que, ao pensar no Brasil, venha à mente a imagem do Rio de Janeiro, a imagem das pessoas bonitas na praia. Mas estereótipos estão por toda parte. Por que a Burberry faz tanto sucesso em "moda chuva"? Porque chove mesmo, e muito, na Inglaterra. Por mais que haja metrópoles como São Paulo, o verde é, de fato, presente na vida do brasileiro. Esta relação tão próxima com a natureza é algo em voga hoje. E o Brasil tem tudo para tirar o máximo disso em proveito próprio.
Fonte:estadao.com.br/estadaodehoje
Falta saber como o brasileiro pode firmar seu papel de criador de tendências - em vez de absorver modas que vêm de fora, recriá-las e devolvê-las ao mercado.
"Parece assunto velho, não? Mas é atualíssimo. O Brasil está em foco, porém, continua sendo visto pelo viés do futebol, do colorido, da música", diz Simon Collins, reitor da Parsons, uma das mais conceituadas escolas de design do mundo. (Velha conhecida de quem acompanha o reality show Project Runway, transmitido no Brasil pela GNT, é lá que os candidatos a estilista fazem suas criações.)
Collins veio de Nova York para a palestra do WGSN na manhã de ontem. Maior portal de tendências do mundo, o encontro do WGSN com "o povo do mercado" já entrou para o calendário da moda brasileira. Ontem, o reitor falou ao Estado sobre este velho tema que, ao mesmo tempo, é tão atual.
Entrevista - Simon Collins: reitor da Parsons, conceituada escola de design de NY, fala sobre como fugir dos estereótipos.
Especialista diz que os estilistas devem tirar proveito de características locais sem cair nos clichês de futebol, praia e música
Se formação é a melhor saída, como educar o criador brasileiro para um mercado, de fato, global?
Claro que há marcas que já fincaram seu pé no mercado global, mas o brasileiro ainda precisa aprender a tirar proveito de sua imagem sem cair nos velhos estereótipos. Acho que o Brasil está caminhando. E, sinceramente, eu me pergunto o tempo todo se o mundo ainda precisa de mais marcas globais. De repente, o local é o que vai vender melhor.
Então, a moda brasileira é provinciana e pode tirar proveito disso?
Sim e não. Eu não diria provinciana num sentido negativo. A cultura local pode ser universal. E isso pode ser um trunfo. Hoje, mais do que vender em volume, é preciso conhecer para quem se está vendendo. Ao lançar uma tendência como a bermuda ciclista, há que pensar: quem vai vestir isso?
Além o futebol, da música e do verão, qual é a cara do Brasil?
Está também na hora de se livrar da camisa de força de "fazer moda brasileira". Moda é moda. É inegável que, ao pensar no Brasil, venha à mente a imagem do Rio de Janeiro, a imagem das pessoas bonitas na praia. Mas estereótipos estão por toda parte. Por que a Burberry faz tanto sucesso em "moda chuva"? Porque chove mesmo, e muito, na Inglaterra. Por mais que haja metrópoles como São Paulo, o verde é, de fato, presente na vida do brasileiro. Esta relação tão próxima com a natureza é algo em voga hoje. E o Brasil tem tudo para tirar o máximo disso em proveito próprio.
Fonte:estadao.com.br/estadaodehoje
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