sexta-feira, 12 de março de 2010

5 mitos sobre a Internet


Bill Gates vai pagar US$ 245 para você encaminhar este e-mail. À meia-noite do dia 31 de março, a Internet vai ser desligada por 24 horas para limpeza anual de primavera. A Microsoft está desenvolvendo um banheiro portátil com acesso à Internet chamado iLoo.

Parece familiar? Essas são apenas uma pequena amostra dos milhares de mitos ridículos sobre a Internet que circularam no circuito de spam na última década. Não que tenhamos acreditado em algum deles, claro.

O que há com a Internet que a torna um território tão fértil para boatos, piadas elaboradas e lendas urbanas? Possivelmente é porque muitos de nós estamos apavorados pelo quanto a Internet mudou nossas vidas, e igualmente sem a menor ideia de como a coisa realmente funciona. Como resultado, nos descobrimos perdidos em muitas distrações da Internet - algumas inócuas, outras bem prejudiciais.

O que vem a seguir, sem nenhuma ordem em particular, são os cinco maiores mitos que continuam a distorcer nossa compreensão da Internet, suas origens, quem a controla, como ela torna as pessoas ricas - ou pobres -, e quem está circulando em seus recantos mais escuros.

1. A Internet vai deixá-lo rico

Se você acredita nas publicidades online e nos spam que chegam com a promessa de torná-lo rico da noite para o dia só com a realização de uma tarefa simples, então a Internet é uma grande mina de ouro só esperando por alguém que saiba usar uma pá.

É verdade que alguns poucos visionários - e sortudos - empreendedores ganharam muito dinheiro quando investidores e grandes companhias direcionaram bilhões de dólares para empresas iniciantes durante o boom da Internet. Grandes fracassos, como a Webvan, a eToys e a Pets.com, fizeram notícia, mas a lembrança dessas falhas vai se apagar com o tempo [fonte: German].

Da perspectiva de negócios, é ainda tentador pensar na Internet como uma bala mágica para o aumento das vendas de qualquer produto ou serviço existente. Afinal de contas, se milhões de pessoas estão online, então você deve ter uma grande base de consumidores. De novo, pode ser que não.

O marketing online eficaz é um negócio complicado. Ele requer conhecimento em otimização para mecanismo de busca (SEO, na sigla em inglês), modelos de publicidade online complicados e às vezes comerciais offline muito caros. Triste é que mesmo que você possa convencer milhões de pessoas a visitar seu site, não há garantias de eles comprem alguma coisa [fonte: Borrego].

Não há formula que garanta sucesso nos negócios online. Como prova, a maioria dos negócios online é bem-sucedida ou fracassa pelos mesmos princípios dos negócios offline. A qualidade do produto ou serviço é o mais importante de tudo, seguido pela sua habilidade de criar e manter excelentes relações com empregados, parceiros de negócios e consumidores [fonte: Holloway].

Para mais informações sobre a Internet e redes sociais, clique nos links da próxima página.

2. Tudo o que você lê na Internet é verdade

A Internet revolucionou as indústria da mídia e de publicações. Qualquer um com uma conexão com a Internet pode, instantaneamente, compartilhar seus pensamentos e opiniões com um público mundial. O resultado, de acordo com o Google, é que há mais de 1 trilhão de páginas Web [fonte: Alpert].

Já que qualquer um pode publicar um Web site, você nunca pode dizer de onde vem aquela informação. Não é o caso: usando um conjunto relativamente simples de linhas de direção, você pode avaliar a credibilidade da informação em qualquer Web site.

A primeira coisa que você deveria examinar é o endereço do site em si. Ele termina em .gov, .edu? Inclui o nome de uma pessoa? Com nada mais do que uma URL você já tem uma boa indicação da fonte do seu material.

Se o material online é um artigo, ele inclui o nome do autor e a data de publicação? Busque na Web pelo nome do autor e descubra mais sobre sua experiência e qualificação. Se o artigo é velho, considere se ele cobre o tipo de informação que muda rapidamente.

Se você não reconhecer o nome do site de uma publicação offline - jornal, revista ou programa de TV -, leia a página Sobre para descobrir mais. Procure por sinais claros de parcialidade ou interesses comerciais.

Acima de tudo, dizem os bibliotecários da Universidade da Califórnia, em Berkeley, você deve abordar toda informação online com ceticismo saudável. Use as mesmas ferramentas analíticas que você usaria para examinar qualquer outra forma de mídia. Em outras palavras, considere a fonte.

3. A Internet está cheia de predadores sexuais

Todos os pais querem proteger seus filhos de danos emocionais, psicológicos e físicos. É por isso que eles ficam tão perturbados por programas de TV como "To Catch a Predator", da rede NBC, e por notícias que retratam a Internet como um terreno fértil para caçadores sexuais.

De acordo com um relatório recente de David Finkelhor, diretor do Centro de Pesquisas de Crimes contra Crianças da Universidade de New Hampshire, a verdade é que a Internet não criou um novo tipo de predador de crianças. Em vez disso, ela forneceu um novo meio para um velho fenômeno: adultos procurando parceiros sexuais menores de idade.

O estudo mostra que na vasta maioria dos casos de predadores online, o adulto criminoso se identifica online claramente como um adulto procurando sexo com menores [fonte: Wolak et al]. A maioria dos crimes desse tipo são estupro estabelecido em virtude de uma lei, e não agressão sexual, o que significa que as relações entre as partes envolvidas não são forçadas.

Esse é um assunto desconfortável, mas uma distinção importante, diz Lenore Skenazy, mãe e colunista do Daily Beast. Em vez de impedir uma criança de usar o Facebook, por exemplo, os pais devem focar-se em ensinar a seus filhos sobre relações saudáveis [fonte: Skenazy]. E professores e autoridades deveriam focar-se nos sinais de perigo - abuso em casa, uso de drogas, isolamento por grupos de colegas - que levariam um jovem a se engajar em comportamento de risco online.

4. Seu provedor de Internet está rastreando todos os seus passos

Seu provedor de Internet é seu link local para a rede mundial de computadores conhecida como Internet. Cada página que você requisita e cada e-mail que você manda precisa viajar através dos roteadores do seu provedor de Internet primeiro. Pode parecer, então, que seu provedor tem o poder de escanear e salvar cada pedaço de dado que flui através de seu sistema.

A verdade é que ele tem realmente esse poder. Felizmente para nós, ele não tem dinheiro ou desejo de arquivar cada bit de informação que atravessa seu caminho.

Os provedores de acesso nos EUA não salvam rotineiramente os históricos de navegação Web e conversas de e-mail de seus usuários [fonte: McCullagh]. Seria simplesmente muito caro salvar todos esses dados, e o protesto público das organizações pelos direitos de privacidade e liberdades civis seria ensurdecedor.

Contudo, os provedores podem (e fazem) rastrear o comportamento online de suspeitos de infringir leis antiterrorismo ou de pornografia infantil.

Nos países da União Europeia, os provedores agora têm de salvar registros de e-mails de seus usuários por até dois anos, seguindo exigências da Comissão Europeia. Os registros de e-mail não contêm os conteúdos das mensagens, apenas informações sobre quem enviou, para quem enviou e quando. Os logs podem ser usados em investigações criminais.

Um tópico quente nos EUA se refere aos provedores que fazem parcerias com empresas que armazenam cookies nos navegadores dos usuários para coletar dados comportamentais direcionados para agradar aos visitantes de vários Web sites. Os anunciantes alegam que eles não associam os dados coletados com endereços IP individuais, mas os grupos de privacidade estão prontos para a briga [fonte: Greenburg].

5. Al Gore inventou a Internet

Este aqui é, na verdade, um mito dentro de um mito. O primeiro mito é que o ex-vice-presidente americano Al Gore inventou a Internet. O segundo mito é que Al Gore nunca disse ter "inventado" qualquer coisa.

Em 9 de março de 1999, o âncora da CNN Wolf Blitzer entrevistou Al Gore quando ele estava começando sua campanha presidencial para 2000. Respondendo à questão sobre o que ele discutiria, Gore respondeu:

"Durante meu mandato no Congresso dos EUA, eu tive a iniciativa de criar a Internet. Eu tive a iniciativa de levar adiante toda uma série de iniciativas que provaram ser importantes ao crescimento econômico do nosso país e à proteção do meio ambiente, melhorias no nosso sistema educacional."

Até os defensores mais leais de Al Gore admitem que se ele nunca quis tomar para si o crédito pela criação da Internet, colocou isso de um jeito muito estranho. Não demorou muito para os críticos caírem em cima do que foi um enorme exagero, se não, uma mentira deslavada.

Dois dias depois da entrevista, o jornalista Declan McCullagh escreveu a história para a Wired News reprovando Al Gore por exagerar seu papel na criação da Internet, e então complementou sua história com uma newsletter eletrônica intitulada "Líder da maioria no Congresso [Dick Armey] comenta 'invenção da Internet' por Al Gore" [source: Finklestein].

A história explodiu, e embora Gore nunca tenha pronunciado as palavras "inventei a Internet", aquela frase seria repetida em cerca de 5.000 artigos e incontáveis talk shows noturnos durante a campanha [fonte: Boehlert].

Apesar de Al Gore ter realmente popularizado a frase "supervia da informação" e ter apoiado a primeira legislação da rede de alta velocidade, os homens tradicionalmente creditados com a "invenção" da Internet são Vinton Cerf e Robert Kahn [fonte: Google].


Fonte:informatica.hsw.uol.com.br

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