quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Inmetro testa guarda-sóis e reprova cinco marcas


Os guarda-sóis devem proteger contra os raios infravermelhos, aqueles que percebemos pela sensação de calor. E também dos raios ultravioleta: UVA, UVB e UVC, que não são visíveis, mas provocam o envelhecimento precoce da pele e o surgimento de câncer de pele.

O Inmetro testou doze guarda-sóis: Bel Fix (Brasil), Bel Fix Infantil (China), Blue Man (Brasil), Botafogo (Brasil), C&C da Casa e Construção (China), Carrefour (China), Kim (Brasil), Mor Casa e Lazer (Brasil), Nautika (China), Spirit (China). E dois sem marca: um vendido pelo grupo Pão de Açúcar (China) e outro importado pela empresa Luna (China).

No laboratório do Senai/Cetiqt-RJ, os técnicos retalharam os guarda-sóis. As amostras dos tecidos foram expostas a luzes artificiais que simulam os vários tipos de radiações solares.

O primeiro teste avaliou o fator de sombreamento do guarda-sol, ou seja, a capacidade de gerar sombra. Ele pode variar de zero - situação em que todos os raios atravessam o material - até cem, quando nenhuma radiação passa e a proteção é total. Os índices variam de 53 a 95. Veja o resultado:

Marcas/Fator de sombreamento
C&C 53
Sem marca (Pão de Açúcar) 56
Nautika 56
Carrefour 59
Bel Fix (Infantil) 63
Sem marca (Luna) 70
Spirit 88
Kim 90
Bel Fix 91
Mor Casa e Lazer 94
Blue Man 94
Botafogo 95

O Inmetro avisa que, por não existir parâmetros técnicos para o fator de sombreamento, os resultados desse teste são apenas informativos. Servem para ajudar os consumidores na hora da compra: quanto maior o fator, maior será a sombra projetada pelo guarda-sol e maior, a proteção.

O segundo teste - este sim conclusivo - mede o fator de proteção do tecido apenas contra os raios ultravioleta. É o chamado fator UPF. Em sete marcas, o fator UPF encontrado nos testes foi superior a 25, o que significa que elas oferecem proteção muito boa ou excelente.

Em outras cinco, porém, os índices de proteção aos raios UV ficaram abaixo de 15, por isso, as marcas Casa & Construção, Carrefour, Nautika e as sem marca do grupo Pão de Açúcar e da importadora Luna foram reprovadas.

Resultado final: das 12 marcas analisadas, cinco não protegem os banhistas. Entre elas, destaque para a do Carrefour, que apresentou fator de proteção zero. Significa que todos os raios ultravioleta passam por esse guarda-sol. Na praia, é como se ele não existisse. Proteção zero.

Os cinco guarda-sóis reprovados são de fabricação chinesa. Três importadores responderam ao Inmetro.

A empresa Luna afirma que seus guarda-sóis não são feitos para a praia e sim para uso como alegoria nas festas e nas decorações relacionadas ao ritmo do frevo. E que, assim, atenderiam a sua finalidade dita real. Mas o Inmetro diz que o produto tem dimensão de guarda-sol e é vendido para proteger do sol.

O Carrefour disse que os produtos foram importados há três anos e que não voltará a comprá-los.

E o grupo Pão de Açúcar questiona o teste, argumentando que não existem normas brasileiras de qualidade para guarda-sóis.

O Inmetro diz que vai se reunir com fabricantes e importadores para propor à Associação Brasileira de Normas e Técnicas a criação de uma norma nacional para guarda-sóis. E dá dicas para quem for comprar um:

“Quanto mais transparente o tecido, menor a proteção contra a radiação ultravioleta. Outra dica é a cor do tecido, quanto mais escuro o tecido, maior é a proteção contra a radiação. Uma terceira dica é quanto à elasticidade do tecido, quanto mais elástico maiores as chances dos raios ultravioletas atravessarem o guarda-sol”, avisa o técnico do Inmetro Marcelo Maciel.


Fonte:Erivaldo José Cavalcanti

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