quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Indústria têxtil: Brasil tinha Haiti como trampolim para exportação


RIO - A ideia da indústria têxtil brasileira era usar o Haiti como trampolim para suas exportações aos Estados Unidos, mas o desastre natural no país caribenho adiou por tempo indeterminado os planos da comissão de empresários que esteve lá em setembro de 2009. O Haiti é beneficiário do programa americano Haitian Hemispheric Opportunity and Partnership Encouragement Act (Hope), que concede tarifa zero para a exportação de peças de vestuário confeccionadas no território. Já para os produtos têxteis brasileiros, as taxações chegam a 22%, o que levou empresários a buscar no Haiti a mesma dinâmica da China: o baixo custo de produção pela mão de obra barata.

Empresas de outros setores que têm filiais na região do terremoto não foram prejudicadas pelo desastre e estão ajudando a população com o envio de alimentos, máquinas, equipamentos, serviço social e dinheiro. Há um ano no Haiti, a construtora OAS se colocou à disposição da Organização das Nações Unidas para questões humanitárias. A construtora fica a 200 km da capital Porto Príncipe, com 22 funcionários. A AmBev, que tem fábrica na República Dominicana (país vizinho ao Haiti), aproveitou parte ociosa das instalações para engarrafar 420 mil litros de água em embalagens de 1,5 litro para as vítimas do terremoto – o que não é uma prática da empresa – em parceria com a Pepsi e a Fundação Antônio e Helena Verrenner.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, o Haiti tem cerca de 23 confecções de capital estrangeiro e exporta US$ 500 milhões em peças de vestuários para os Estados Unidos por ano, quase o dobro do volume vendido pelo Brasil (US$ 240 milhões). Segundo Diniz Filho, o incentivo concedido aos haitianos pelo governo americano pretende estimular o comércio exterior e contribuir para o desenvolvimento econômico do Haiti.

 Mas, como empresário e presidente da Abit, lamento quando uma empresa sai do Brasil e vai gerar emprego em outro país – critica Diniz Filho. – Também lamento muito ver o exército brasileiro ajudando no Haiti vestindo fardas fabricadas na China – completou.

O diretor da construtora Odebrecht para a República Dominicana, Marcos Machado, esteve no país na última segunda-feira. A empresa enviou como auxílio ao Haiti dez máquinas e dez operadores, cabanas de camping, mantas, lonas, gasolina para aeronave, água potável e remédios.
Tem muita coisa caída a impressão é q a cidade foi bombardiada – conta. A Odebrecht está na república Dominicana desde 2002, aonde tem seis projetos em andamento.

Fonte:jbonline.terra.com.br

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