Assim como a calça jeans, a camiseta é uma peça de roupa indispensável na vida de quase todo mundo em qualquer lugar do planeta. E isso vale para pessoas de todas as idades, do bebê ao vovô. Sem falar do preço acessível, o que a torna ainda mais democrática até do que o próprio jeans. Mas de onde a camiseta veio, quando surgiu e como foi que ela se tornou assim tão popular?
Bom, tudo começou com a Revolução Industrial, iniciada no século 18 e as máquinas inventadas para a produção de malhas. A industrialização têxtil no Brasil deu seus primeiros passos em meados do século 19, com a instalação de fábricas nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com destaque para as de algodão.
A relevância dessa fibra na indústria têxtil não foi alcançada à toa. É uma fibra nobre, que se combina com rara afinidade ao poliéster, permitindo a produção de tecidos de qualidade, resistentes ao amarrotamento. No entanto, a confecção de camisetas recomenda fios de puro algodão, deixando o Brasil em uma confortável posição em relação ao comércio exterior.
Até os anos 50 a camiseta era usada apenas como roupa de baixo, para proteger o corpo da transpiração e das mudanças de temperatura. E foi só a partir dessa época, quando foi adotada pela juventude como símbolo de contestação, que ela ganhou o seu lugar no mundo. Nos anos 60, a camiseta era a porta-voz das novas mensagens que contestavam e ironizavam os valores da sociedade. Ainda artesanal, junto com o jeans e o tênis, ela se transformou no uniforme oficial dos jovens.
Muito do seu sucesso se deve ao cinema de Hollywood e suas estrelas, como Marlon Brando e James Dean, em filmes famosos como Uma Rua Chamada Pecado e Juventude Transviada. Se os atores mais desejados do mundo usavam, a moda estava lançada e o sucesso garantido.
Durante os anos 70, a moda unissex indicava uma idéia de liberdade, deixando essa peça extremamente confortável ainda mais forte no mercado. Nos anos 80, as t-shirts eram supercoloridas e podiam comunicar, através de desenhos, palavras e frases de efeito. Nos 90, ela ajudou até a derrubar um presidente brasileiro.
Atualmente a camiseta é item fashion, feita para revelar um estilo, uma atitude. Se você é clássica, use uma branca com uma calça ou saia preta. Coloque um colar de pérolas e uma flor, a própria Chanel. Mas se a idéia é ser rebelde, use uma rasgada, furada, com as mangas cortadas, junte um jeans detonado e o estilo punk-rock está pronto. Mas o seu jeito é romântico? Que tal uma cor de rosa, customizada com laços de fita, acompanhando uma saia floral? Aliás, a palavra-chave atual para a camiseta básica de todo dia é customização, aquela interferência pessoal que deixa qualquer roupa com uma cara única.
De acordo com a socióloga Sílvia Simas, em texto publicado no livro a História das camisetas de 1997, publicado pela Hering, o mercado brasileiro de camisetas chega a produzir 450 milhões de peças anualmente, gerando 400 mil empregos diretos. "Fazendo as contas, cada brasileiro teria no seu guarda-roupa, em média, quatro novas camisetas por ano. Uma proporção que muitos segmentos estão longe de alcançar", explica Sílvia Simas.
Segundo a socióloga, trata-se de um mercado que tem seu consumo distribuído igualmente entre homens e mulheres. "As classes A e B respondem por 20% das vendas; a classe C por 30% e os 50% restantes são divididos pelas classes D e E", aponta.
A pesquisa mostra ainda que o principal consumidor das camisetas é o jovem. "Cerca de 30% dos seus consumidores são crianças até 10 anos; 40% são jovens dos 11 aos 24 anos; 10% de 25 a 34 anos e 20% acima dos 35 anos".
Linha do tempo:
Antigüidade - Os romanos usavam uma túnica dupla, chamada camisia, que é a ancestral das nossas camisetas. Era sempre branca, feita quase sempre de linho. Era usada por baixo da única para proteger da transpiração.
Século 4 - A camisia continuava a ser usada por baixo das peças em Constantinopla. Os tecidos das peças superiores eram muito ricos, bordados com ouro, prata e pedras preciosas, e por isso não dava para lavá-los. A camisia era usada por baixo dessas peças nobres para evitar que sujassem.
1516 - O italiano Michelangelo termina a estátua O Escravo Moribundo, que retrata um homem vestido apenas com uma peça de roupa, bem diferente das usadas na época: uma camiseta regata. Apesar da ousadia, a moda não pegou.
Século 19 - As roupas das crianças começam a ficar mais infantis, em vez de serem reproduções das dos adultos em miniatura. A camisia era a única vestimenta até os 5 ou 6 anos. Era usada também para batizar as crianças.
Até início do século 20 - A camiseta, ainda restrita à Europa, é usada como roupa de baixo, para proteger os homens da transpiração e do frio. Para não rasgar as camisas, os trabalhadores braçais usam só a camiseta para trabalhar.
1ª Guerra Mundial - Soldados europeus usam, por baixo dos uniformes, confortáveis camisetas feitas de algodão. Os americanos, morrendo de calor em seus uniformes de lã, adoram a novidade e a levam para os Estados Unidos. O design em formato de T leva a peça a ficar conhecida como T-shirt, em inglês.
2ª Guerra Mundial - A camiseta é peça-chave no uniforme da Marinha e do Exército Americano. Ainda é considerada roupa de baixo, mas o público acostuma-se a ver nas revistas fotos dos soldados com camiseta, sem camisa por cima, ao fazerem trabalhos pesados ou em lugares quentes.
1948 - Candidato à presidência dos Estados Unidos, Thomas E. Dewey faz uma das primeiras camisetas de propaganda da história, com os dizeres “Dew it for Dewey”.
1951 - Marlon Brando aparece de camiseta no filme Um Bonde Chamado Desejo. A peça é o destaque perfeito para os músculos do ator. A partir dessa época, a camiseta sem camisa por cima passa a fazer parte da indumentária das pessoas também na vida civil.
1955 - Na trilha aberta por Brando, James Dean aparece de camiseta em Juventude Transviada. Camiseta vira sinônimo de rebeldia e contestação. As crianças continuam usando a camiseta por baixo da roupa, pois não era considerado adequado ficarem em mangas de camisa.
Anos 60 - Na esteira do movimentos anti-guerra e a favor da liberdade, a camiseta veste as cores psicodélicas dos hippies e passa a trazer mensagens pacifistas, na linha de “Faça Amor, Não Faça Guerra”. Nessa época, as mulheres também passam a usar a peça, que se torna unissex.
Anos 70 - As camisetas são usadas tanto como meio de expressão dos anseios da juventude quanto como suporte para propaganda, carregando símbolos de marcas de refrigerante.
Anos 80 - Na década dos yuppies, jovens ligados ao consumismo e ao individualismo, a moda passa a ser ostentação de dinheiro e poder, e a camiseta começa a trazer bem grande as marcas das grifes.
Anos 90 - A falta de ideologia dos jovens da década aparece nas roupas largas e largadas dos grunges. A camiseta é usada por qualquer segmento da sociedade, sem comprometimento com causas, ideologias ou faixa etária.
Anos 2000 - Não existem regras. A customização é a palavra de ordem. A camiseta continua democrática e servindo a todos os gostos, desde as campanhas políticas à estampa de filmes e grupos musicais preferidos. As grandes marcas começam a investir mais nas linhas infantis, e cada vez mais peças voltadas a esse público são produzidas.
Fonte:designdecamisetas.blogspot.com
Bom, tudo começou com a Revolução Industrial, iniciada no século 18 e as máquinas inventadas para a produção de malhas. A industrialização têxtil no Brasil deu seus primeiros passos em meados do século 19, com a instalação de fábricas nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com destaque para as de algodão.
A relevância dessa fibra na indústria têxtil não foi alcançada à toa. É uma fibra nobre, que se combina com rara afinidade ao poliéster, permitindo a produção de tecidos de qualidade, resistentes ao amarrotamento. No entanto, a confecção de camisetas recomenda fios de puro algodão, deixando o Brasil em uma confortável posição em relação ao comércio exterior.
Até os anos 50 a camiseta era usada apenas como roupa de baixo, para proteger o corpo da transpiração e das mudanças de temperatura. E foi só a partir dessa época, quando foi adotada pela juventude como símbolo de contestação, que ela ganhou o seu lugar no mundo. Nos anos 60, a camiseta era a porta-voz das novas mensagens que contestavam e ironizavam os valores da sociedade. Ainda artesanal, junto com o jeans e o tênis, ela se transformou no uniforme oficial dos jovens.
Muito do seu sucesso se deve ao cinema de Hollywood e suas estrelas, como Marlon Brando e James Dean, em filmes famosos como Uma Rua Chamada Pecado e Juventude Transviada. Se os atores mais desejados do mundo usavam, a moda estava lançada e o sucesso garantido.
Durante os anos 70, a moda unissex indicava uma idéia de liberdade, deixando essa peça extremamente confortável ainda mais forte no mercado. Nos anos 80, as t-shirts eram supercoloridas e podiam comunicar, através de desenhos, palavras e frases de efeito. Nos 90, ela ajudou até a derrubar um presidente brasileiro.
Atualmente a camiseta é item fashion, feita para revelar um estilo, uma atitude. Se você é clássica, use uma branca com uma calça ou saia preta. Coloque um colar de pérolas e uma flor, a própria Chanel. Mas se a idéia é ser rebelde, use uma rasgada, furada, com as mangas cortadas, junte um jeans detonado e o estilo punk-rock está pronto. Mas o seu jeito é romântico? Que tal uma cor de rosa, customizada com laços de fita, acompanhando uma saia floral? Aliás, a palavra-chave atual para a camiseta básica de todo dia é customização, aquela interferência pessoal que deixa qualquer roupa com uma cara única.
De acordo com a socióloga Sílvia Simas, em texto publicado no livro a História das camisetas de 1997, publicado pela Hering, o mercado brasileiro de camisetas chega a produzir 450 milhões de peças anualmente, gerando 400 mil empregos diretos. "Fazendo as contas, cada brasileiro teria no seu guarda-roupa, em média, quatro novas camisetas por ano. Uma proporção que muitos segmentos estão longe de alcançar", explica Sílvia Simas.
Segundo a socióloga, trata-se de um mercado que tem seu consumo distribuído igualmente entre homens e mulheres. "As classes A e B respondem por 20% das vendas; a classe C por 30% e os 50% restantes são divididos pelas classes D e E", aponta.
A pesquisa mostra ainda que o principal consumidor das camisetas é o jovem. "Cerca de 30% dos seus consumidores são crianças até 10 anos; 40% são jovens dos 11 aos 24 anos; 10% de 25 a 34 anos e 20% acima dos 35 anos".
Linha do tempo:
Antigüidade - Os romanos usavam uma túnica dupla, chamada camisia, que é a ancestral das nossas camisetas. Era sempre branca, feita quase sempre de linho. Era usada por baixo da única para proteger da transpiração.
Século 4 - A camisia continuava a ser usada por baixo das peças em Constantinopla. Os tecidos das peças superiores eram muito ricos, bordados com ouro, prata e pedras preciosas, e por isso não dava para lavá-los. A camisia era usada por baixo dessas peças nobres para evitar que sujassem.
1516 - O italiano Michelangelo termina a estátua O Escravo Moribundo, que retrata um homem vestido apenas com uma peça de roupa, bem diferente das usadas na época: uma camiseta regata. Apesar da ousadia, a moda não pegou.
Século 19 - As roupas das crianças começam a ficar mais infantis, em vez de serem reproduções das dos adultos em miniatura. A camisia era a única vestimenta até os 5 ou 6 anos. Era usada também para batizar as crianças.
Até início do século 20 - A camiseta, ainda restrita à Europa, é usada como roupa de baixo, para proteger os homens da transpiração e do frio. Para não rasgar as camisas, os trabalhadores braçais usam só a camiseta para trabalhar.
1ª Guerra Mundial - Soldados europeus usam, por baixo dos uniformes, confortáveis camisetas feitas de algodão. Os americanos, morrendo de calor em seus uniformes de lã, adoram a novidade e a levam para os Estados Unidos. O design em formato de T leva a peça a ficar conhecida como T-shirt, em inglês.
2ª Guerra Mundial - A camiseta é peça-chave no uniforme da Marinha e do Exército Americano. Ainda é considerada roupa de baixo, mas o público acostuma-se a ver nas revistas fotos dos soldados com camiseta, sem camisa por cima, ao fazerem trabalhos pesados ou em lugares quentes.
1948 - Candidato à presidência dos Estados Unidos, Thomas E. Dewey faz uma das primeiras camisetas de propaganda da história, com os dizeres “Dew it for Dewey”.
1951 - Marlon Brando aparece de camiseta no filme Um Bonde Chamado Desejo. A peça é o destaque perfeito para os músculos do ator. A partir dessa época, a camiseta sem camisa por cima passa a fazer parte da indumentária das pessoas também na vida civil.
1955 - Na trilha aberta por Brando, James Dean aparece de camiseta em Juventude Transviada. Camiseta vira sinônimo de rebeldia e contestação. As crianças continuam usando a camiseta por baixo da roupa, pois não era considerado adequado ficarem em mangas de camisa.
Anos 60 - Na esteira do movimentos anti-guerra e a favor da liberdade, a camiseta veste as cores psicodélicas dos hippies e passa a trazer mensagens pacifistas, na linha de “Faça Amor, Não Faça Guerra”. Nessa época, as mulheres também passam a usar a peça, que se torna unissex.
Anos 70 - As camisetas são usadas tanto como meio de expressão dos anseios da juventude quanto como suporte para propaganda, carregando símbolos de marcas de refrigerante.
Anos 80 - Na década dos yuppies, jovens ligados ao consumismo e ao individualismo, a moda passa a ser ostentação de dinheiro e poder, e a camiseta começa a trazer bem grande as marcas das grifes.
Anos 90 - A falta de ideologia dos jovens da década aparece nas roupas largas e largadas dos grunges. A camiseta é usada por qualquer segmento da sociedade, sem comprometimento com causas, ideologias ou faixa etária.
Anos 2000 - Não existem regras. A customização é a palavra de ordem. A camiseta continua democrática e servindo a todos os gostos, desde as campanhas políticas à estampa de filmes e grupos musicais preferidos. As grandes marcas começam a investir mais nas linhas infantis, e cada vez mais peças voltadas a esse público são produzidas.
Fonte:designdecamisetas.blogspot.com
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