É nesta faixa etária que estes jovens começam a ascender na sua carreira profissional ocupando cargos de gerência e, muitos deles, alcançando a presidência de empresas antes dos 40 anos.
Aliás, segundo a reportagem da revista Você S.A. de janeiro de 2011, 5,5% das empresas brasileiras já tem como CEOs pessoas com menos de 40 anos sendo que até um ano antes, esta porcentagem era de apenas 3%.
Mas chegar ao topo também tem seu preço. Isto inclui muitas horas diárias dedicadas ao trabalho e menos horas dedicadas à família, aos amigos, ao lazer e aos cuidados com o corpo.
É aqui que mora o perigo. É no trabalho que se passa o maior número de horas da nossa vida. E, em um mundo globalizado onde as demandas e a competitividade são imensas e as atividades profissionais são realizadas em ritmos frenéticos e alucinantes, os cuidados com o corpo passam a não ter espaço nas agendas destes profissionais.
“Geralmente estas pessoas não tem tempo para a prática de uma atividade física, alimentam-se mal, dormem pouco e vivem ansiosos. Isto, além de os deixar estressados, ocasiona o aparecimento de doenças como obesidade, aumento do colesterol, maior risco de hipertensão arterial, diabetes e óbito por infarto agudo do miocárdio”, alerta a Dra. Daniella H. S. Dezen.
Este é um dos motivos pelos quais vemos jovens profissionais, com até 40 anos de idade, já apresentando em seu histórico médico, um infarto do miocárdio.
O infarto agudo do miocárdio nada mais é do que uma deficiência de oxigênio (isquemia) no músculo cardíaco que ocorre devido à oclusão (entupimento) de alguma artéria do coração. Ou seja, menos sangue chega ao músculo e, por falta de nutrientes que o sangue leva a este tecido, ocorre a necrose (morte) do músculo do coração.
O infarto é a principal causa de óbitos que ocorrem nos países industrializados, sendo que, nos Estados Unidos, a porcentagem chega a 25%
Os fatores de risco do infarto agudo do miocárdio são: colesterol alto, triglicérides elevado, hipertensão arterial, excesso de peso, tabagismo, diabetes, apnéia do sono, estresse e sedentarismo. Estes fatores podem ser passíveis de mudança.
Mas existem outros dois fatores que não são passíveis de mudança: o histórico familiar (predisposição genética) e a idade.
Confesso que na minha geração (e para quem não sabe sou um baby boomer) infarto era coisa de pessoas com mais de 60 anos. Só que as coisas mudaram e, frente ao que ocorre nos dias de hoje, acredito que o fator idade pode ser questionado como fator de risco.
Mas por trás de todos estes fatores, o estresse vivido no ambiente de trabalho continua sendo um grande vilão. E o ônus do estresse é muito alto, porque ele irá produzir, ao longo do tempo, doenças que podem gerar aumento do absenteísmo, menor produtividade, acidentes do trabalho e… infarto agudo do miocárdio.
Portanto, dê uma olhadinha para você mesmo (a). Se o seu ritmo de trabalho é alucinante, você dedica de 12 a 14 horas para exercer sua atividade, cuidado! Principalmente se você for da geração X ou se for um Y chegando a X. O infarto pode estar batendo à sua porta e você não está se dando conta disso.
Quer evitar o infarto? Então aqui vão alguns conselhos básicos:
1º – pratique uma alimentação saudável. E isto não inclui apenas alimentos saudáveis, mas também lembrá-lo (a) que temos três refeições importantes durante o dia: café da manhã, almoço e jantar. Pratique-as!
Existem pessoas que saem para trabalhar com o estômago vazio ou que tomam apenas um cafezinho para “enganar” o estômago, engolem um Mac qualquer coisa no almoço e, aí sim, jantam tudo o que tem direito, e vão dormir. E delegam ao estômago a função de “carregar o piano” enquanto eles dormem. Só que o estômago reclama e faz o seu proprietário dormir mal, ter azia, prisão de ventre, etc.
Se tiver dúvidas, peça ajuda a um médico ou nutricionista.
2º – pratique uma atividade física. Matricule-se em uma academia, faça caminhadas, natação, tênis, squash, golfe ou qualquer outro esporte. Exercite-se!
3º – pratique um hobby. Algo que lhe faça esquecer da sua atividade laboral. “Desligue-se”!
4º – curta sua família e seus amigos. Tenha tempo, também, para eles. Ame!
5º – tenha lazer, não importa o quê: cinema, teatro, leitura, praia, piscina, campo, etc. Divirta-se!
Agora, com relação ao trabalho, lembre-se que o dinheiro que você ganha no final do mês e que servem para pagar as suas despesas, não deve ser MAIS importante do que sua própria saúde. Pense comigo: se você tiver um infarto, será a empresa que vai pagar a escola dois seus filhos?
Nenhum trabalho é feito somente por você. Um grande segredo é o saber delegar.
Certamente você conhece pessoas que afirmam: “se eu não fizer ninguém fará”, “não tenho tempo para ensinar as pessoas o que precisa ser feito”, “se eu delegar, meus superiores podem achar que eu não sou mais necessário e posso ser despedido”.
Estes pensamentos caracterizam pessoas perfeccionistas, aquelas que, por natureza, não conseguem trabalhar em equipe, estão sempre sobrecarregadas de trabalho e não conseguem simplificar delegando.
Sônia Jordão afirma que “a delegação é, fundamentalmente, um sistema de confiança. Quando realmente delega autoridade a uma pessoa, você demonstra sua confiança nela. Para obter flexibilidade e agilidade, os líderes precisam delegar poder e atribuições inerentes a cada tarefa, de tal forma que não fiquem diretamente envolvidos nas mesmas, mas continuem com a responsabilidade final do processo A delegação é, fundamentalmente, um sistema de confiança”.
Antes de delegar algo a alguém é bom ter respostas para as seguintes perguntas:
o que eu estou fazendo que não precisa ser feito?
o que eu estou fazendo?
o que eu estou fazendo que poderia ser feito por outra pessoa?
Ao delegar, você ganha tempo para se dedicar a coisas mais importantes e, ao mesmo tempo, dá a oportunidade aos outros membros da equipe para desenvolver sua criatividade, suas potencialidades e suas habilidades. Com isto, eles tem mais um motivo para crescer e se desenvolver.
Para delegar com eficiência, atente para os seguintes pontos:
identifique, em primeiro lugar, o que será delegado.
não delegue somente as tarefas ruins e mais difíceis, ficando com as melhores e mais fáceis de serem executadas.
se for preciso delegar tarefas não rotineiras, explique o porquê isto está sendo feito.
identifique a pessoa a quem você vai delegar a tarefa, avaliando suas aptidões e seu grau de maturidade para a execução da tarefa. Esta pessoa deverá ter foco nas ações e não no problema.
forneça à pessoa escolhida todas as explicações e as ferramentas necessárias para a execução da tarefa, além de deixar claro o objetivo, as regras e os prazos para o cumprimento da mesma. Veja se tudo foi bem compreendido.
ao delegar, dê espaço e liberdade à pessoa escolhida para que ela possa desenvolver bem o seu trabalho. Lembre-se que você está passando a ela autoridade, poder de decisão e responsabilidade.
deixe claro que você está disponível para outras orientações, mas que você só deverá ser consultado se for realmente necessário.
faça um “contrato” com a pessoa que recebeu a incumbência. Nele deve constar a tarefa, o responsável por ela, prazos intermediários para avaliar o andamento e o desenvolvimento da tarefa e um prazo final de entrega. Tais prazos deverão ser realistas e acordados por ambos. Dê a elas a chance de executar as tarefas de acordo com o seu jeito, desde que atinjam os resultados acordados.
forneça feedback sempre que julgar necessário.
ao final, reconheça e valorize o trabalho feito e os resultados alcançados. Nunca traga para você os méritos da execução da tarefa. Quando você reconhece, você aumenta a auto-estima do colaborador e o motiva mais para seguir com seu trabalho.
o que não deve ser esquecido por quem delega é que ele continua sendo o responsável direto pelos resultados. Se algo der errado, ele será penalizado. Por isso o acompanhamento intermediário é importante.
Ainda com relação ao ato de delegar, vamos examinar a situação inversa.
Andre Brasil cita o seguinte exemplo: o líder está passando pelo corredor quando é interpelado por um colaborador que lhe diz:
- Estou encontrando problemas nos números do relatório. E agora?
- Bem, deixe os dados com a minha secretária que eu dou uma olhada.
Neste instante o colaborador delega a tarefa para o seu superior. E esta é a melhor maneira de delegar “para cima”: apresentando seu trabalho parcialmente finalizado ou um problema que precise de uma solução.
Como evitar?
O mesmo autor cita que aprendeu com Lair Ribeiro a maneira de sair desta enrascada para não perder tempo. A dica é fazer quatro perguntas ao colaborador, quais sejam:
1ª – Qual é o problema? (A simples definição já ajuda na solução)
2ª – Quais as causas? (Ajuda na compreensão do problema)
3ª – Quais as possíveis soluções? (Buscar alternativas é o melhor caminho para a resolução)
4ª – Na sua opinião, o que deve ser feito? (Com isso o colaborador já decidiu o que fazer)
E finaliza: sempre que o colaborador tentar delegar para o superior alguma tarefa, ele deverá lançar mão destas quatro perguntas e não tomar uma atitude antes do colaborador responder a todas elas.
Lembre-se sempre que: ao delegar tarefas você, provavelmente, estará evitando e mandando embora o seu infarto.
Fonte:ogerente.com.br
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