Vestuário infantil ganha padronização de tamanhos baseada em medidas corporais, o que deve contribuir para melhorar a qualidade dos produtos, diminuir custos de produção e facilitar a organização de estoque e show-room.
Os problemas decorrentes da falta de padronização nos tamanhos das peças do vestuário de bebês, crianças e adolescentes – que tanto transtorno trazem a consumidores e a lojistas – podem estar com os dias contados. Já está disponível para os confeccionistas a Norma de Padronização do Vestuário Infantil/Bebê (NBR 15800), que estabelece medidas-padrão das peças confeccionadas para esse segmento de mercado, a exemplo do que já acontece no segmento de meias. A adesão à norma é opcional e, caso ocorra, as etiquetas das roupas infantis podem conter informações relativas à altura, medidas de tórax e pescoço (no caso de camisetas), além da indicação sugestiva dos tamanhos.
“Propõe-se agora que os tamanhos das roupas sejam baseados nas medidas corporais das crianças e não mais na idade, e para isso foi criada uma norma que homologa esse novo padrão”, explica Maria Adelina Pereira, engenheira têxtil gestora do CB-17 (Comitê Brasileiro de Normalização Têxtil e do Vestuário) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Segundo ela, “criamos uma nova norma porque a anatomia evoluiu e as necessidades do mercado também mudaram”.
A uniformização dos tamanhos das roupas pode acarretar uma série de benefícios ao mercado, como melhoria da qualidade dos produtos, aumento das possibilidades de exportação, diminuição do custo de produção com o melhor aproveitamento dos tecidos e melhor organização de estoque e show-room. “Um dos objetivos é que as peças do vestuário produzidas no Brasil tenham um padrão de qualidade internacional. Para a economia, é importante que o nível de qualidade de nossas indústrias seja elevado”, afirmou Roberto Chadad, presidente da Abravest (Associação Brasileira da Indústria do Vestuário), entidade que desde 1992 se empenha em definir e aplicar um padrão de medidas para o setor têxtil nacional. “Nossa intenção é que indústrias e lojistas estejam aptos a atender os consumidores de maneira eficiente e sem causar qualquer transtorno. Oferecer peças com tamanhos padronizados é um importante passo para que isso seja possível”, acrescentou.
Para o consumidor, os benefícios esperados são maior agilidade na hora das compras e menos trocas. Para os lojistas, diminuição no fluxo dos provadores (com redução dos riscos de sujar ou esgarçar peças) e possibilidade de vender pela Internet, entre outras vantagens.
De acordo com o presidente da Abravest, não se trata apenas de uma questão de medidas. “É importante pensar nesse projeto como uma arma eficaz contra os produtos piratas e de má qualidade, que hoje prejudicam o mercado brasileiro e desgastam nossa imagem no comércio exterior.”
Trabalho extenso
A Norma 15.800 aplica-se a crianças de 0 a 14 anos de idade (de 52 cm a 156 cm de estatura), considera 19 tamanhos e, para cada um dele determina 24 diferentes medidas corporais (veja quadro). Para se chegar a isso, um longo caminho foi percorrido: foram compiladas as medidas de clientes das confecções e as utilizadas por modelistas e anatomistas, anotados dados das tabelas de crescimento usadas por pediatras e ouvidos profissionais do setor, além escolas como o Senai. Afora isso, a Norma esteve aberta a sugestões em Consulta Pública durante três meses, de 1 de julho a 6 de outubro de 2009. Após esse período, Abravest e ABNT realizaram uma reunião com a participação de profissionais da indústria e de grandes magazines para a finalização das medidas constantes na Norma.
“Esperamos que as empresas do segmento infantil adotem as orientações da Norma na produção de suas peças. As medidas de tamanho, que poderão constar na etiqueta, certamente serão úteis no ato da compra, uma vez que não deixarão dúvida a respeito do real tamanho do produto no corpo do usuário”, reforça o gerente de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Associação Brasileira da IndústriaTêxtil e de Confecção, Sylvio Napoli. “Acredito que muitos consumidores vão dar prioridade às confecções que aderirem à Norma. Essas informações podem se tornar um diferencial de mercado”, completa o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho.
O coordenador do Departamento de Vestuário Infantil da Abravest, Roberto Yokomizo, sugere como a comunicação ao consumidor pode ser feita de forma eficiente. “Uma opção é colocar cartazes explicativos nos pontos-de-venda, além de distribuir cartilhas com as principais informações. Os próprios vendedores poderão alertar o cliente de que a loja possui peças padronizadas e deixar uma fita métrica à disposição”, exemplificou.
Tamanhos: Pp, P, M, G,gg, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.
Medidas corporais: estatura, perímetro do tórax/busto, perímetro da cintura, perímetro do baixo quadril, extensão posterior do tronco, comprimento do tronco anterior (frente) à cintura, extensão lateral entre a cintura e o baixo quadril, comprimento da papila mamária até a incisura jugular, largura entre papilas mamárias, comprimento consolidado entre o extremo do ombro, cotovelo e pulso, comprimento ombro a ombro, perímetro do pulso, perímetro do bíceps, perímetro da coxa, perímetro do joelho, perímetro da coxa, perímetro do tornozelo, comprimento da cintura ao tornozelo, altura do entrepernas, comprimento da cintura ao joelho, contorno do gancho da frente passando pelo cavalo até a curvatura do gancho das costas, perímetro horizontal da cabeça, perímetro do pescoço, contorno entre o pescoço frente passando pelo gancho/pescoço/costa.
Os problemas decorrentes da falta de padronização nos tamanhos das peças do vestuário de bebês, crianças e adolescentes – que tanto transtorno trazem a consumidores e a lojistas – podem estar com os dias contados. Já está disponível para os confeccionistas a Norma de Padronização do Vestuário Infantil/Bebê (NBR 15800), que estabelece medidas-padrão das peças confeccionadas para esse segmento de mercado, a exemplo do que já acontece no segmento de meias. A adesão à norma é opcional e, caso ocorra, as etiquetas das roupas infantis podem conter informações relativas à altura, medidas de tórax e pescoço (no caso de camisetas), além da indicação sugestiva dos tamanhos.
“Propõe-se agora que os tamanhos das roupas sejam baseados nas medidas corporais das crianças e não mais na idade, e para isso foi criada uma norma que homologa esse novo padrão”, explica Maria Adelina Pereira, engenheira têxtil gestora do CB-17 (Comitê Brasileiro de Normalização Têxtil e do Vestuário) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Segundo ela, “criamos uma nova norma porque a anatomia evoluiu e as necessidades do mercado também mudaram”.
A uniformização dos tamanhos das roupas pode acarretar uma série de benefícios ao mercado, como melhoria da qualidade dos produtos, aumento das possibilidades de exportação, diminuição do custo de produção com o melhor aproveitamento dos tecidos e melhor organização de estoque e show-room. “Um dos objetivos é que as peças do vestuário produzidas no Brasil tenham um padrão de qualidade internacional. Para a economia, é importante que o nível de qualidade de nossas indústrias seja elevado”, afirmou Roberto Chadad, presidente da Abravest (Associação Brasileira da Indústria do Vestuário), entidade que desde 1992 se empenha em definir e aplicar um padrão de medidas para o setor têxtil nacional. “Nossa intenção é que indústrias e lojistas estejam aptos a atender os consumidores de maneira eficiente e sem causar qualquer transtorno. Oferecer peças com tamanhos padronizados é um importante passo para que isso seja possível”, acrescentou.
Para o consumidor, os benefícios esperados são maior agilidade na hora das compras e menos trocas. Para os lojistas, diminuição no fluxo dos provadores (com redução dos riscos de sujar ou esgarçar peças) e possibilidade de vender pela Internet, entre outras vantagens.
De acordo com o presidente da Abravest, não se trata apenas de uma questão de medidas. “É importante pensar nesse projeto como uma arma eficaz contra os produtos piratas e de má qualidade, que hoje prejudicam o mercado brasileiro e desgastam nossa imagem no comércio exterior.”
Trabalho extenso
A Norma 15.800 aplica-se a crianças de 0 a 14 anos de idade (de 52 cm a 156 cm de estatura), considera 19 tamanhos e, para cada um dele determina 24 diferentes medidas corporais (veja quadro). Para se chegar a isso, um longo caminho foi percorrido: foram compiladas as medidas de clientes das confecções e as utilizadas por modelistas e anatomistas, anotados dados das tabelas de crescimento usadas por pediatras e ouvidos profissionais do setor, além escolas como o Senai. Afora isso, a Norma esteve aberta a sugestões em Consulta Pública durante três meses, de 1 de julho a 6 de outubro de 2009. Após esse período, Abravest e ABNT realizaram uma reunião com a participação de profissionais da indústria e de grandes magazines para a finalização das medidas constantes na Norma.
“Esperamos que as empresas do segmento infantil adotem as orientações da Norma na produção de suas peças. As medidas de tamanho, que poderão constar na etiqueta, certamente serão úteis no ato da compra, uma vez que não deixarão dúvida a respeito do real tamanho do produto no corpo do usuário”, reforça o gerente de Infraestrutura e Capacitação Tecnológica da Associação Brasileira da IndústriaTêxtil e de Confecção, Sylvio Napoli. “Acredito que muitos consumidores vão dar prioridade às confecções que aderirem à Norma. Essas informações podem se tornar um diferencial de mercado”, completa o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho.
O coordenador do Departamento de Vestuário Infantil da Abravest, Roberto Yokomizo, sugere como a comunicação ao consumidor pode ser feita de forma eficiente. “Uma opção é colocar cartazes explicativos nos pontos-de-venda, além de distribuir cartilhas com as principais informações. Os próprios vendedores poderão alertar o cliente de que a loja possui peças padronizadas e deixar uma fita métrica à disposição”, exemplificou.
Tamanhos: Pp, P, M, G,gg, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.
Medidas corporais: estatura, perímetro do tórax/busto, perímetro da cintura, perímetro do baixo quadril, extensão posterior do tronco, comprimento do tronco anterior (frente) à cintura, extensão lateral entre a cintura e o baixo quadril, comprimento da papila mamária até a incisura jugular, largura entre papilas mamárias, comprimento consolidado entre o extremo do ombro, cotovelo e pulso, comprimento ombro a ombro, perímetro do pulso, perímetro do bíceps, perímetro da coxa, perímetro do joelho, perímetro da coxa, perímetro do tornozelo, comprimento da cintura ao tornozelo, altura do entrepernas, comprimento da cintura ao joelho, contorno do gancho da frente passando pelo cavalo até a curvatura do gancho das costas, perímetro horizontal da cabeça, perímetro do pescoço, contorno entre o pescoço frente passando pelo gancho/pescoço/costa.
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