Há oito meses associada à InBrands, holding de moda do fundo PCP, a Richards vive sua maior expansão desde que foi fundada, em 1974. Os investimentos quadruplicaram neste ano e vão se manter no patamar de R$ 40 milhões em 2011. Com o vento soprando a favor, a Cia de Marcas, dona da Richards, da Salinas e da Bintang, prevê chegar em 2015 com um faturamento na casa do R$ 1 bilhão.
"Estou muito entusiasmado em trabalhar com a InBrands. É uma turma jovem, bem preparada. Eles são capitalizados e têm um ritmo acelerado. Isso me deu uma renovada", disse Ricardo Ferreira, fundador da Richards e membro do conselho de administração da InBrands. "Com a associação, nossa expansão está acontecendo mais rápido", observou Ferreira.
Ele e seus outros seis sócios trocaram ações de suas três grifes com a InBrands. Esta é dona das grifes Ellus, Isabela Capeto e Herchcovitch;Alexandre, e da Luminosidade, organizadora de desfiles de moda como São Paulo Fashion Week e Fashion Rio.
Questionado sobre o choque de cultura entre estilistas e banqueiros, Ferreira conta que há dez anos vivenciou esse dilema com seu sócio engenheiro, Frederico Luz, e que agora está mais preparado. "Em 2000, nós dois fomos fazer um MBA no Ibmec com vários executivos. Foi bom porque aprendemos que precisamos trabalhar com perspectiva de lucro e que a criação muitas vezes é um componente incerto, mas importante na área da moda", afirmou o fundador da Richards.
Richards, Salinas e Bintang estão recebendo investimento anual de R$ 40 milhões para abertura e reforma de lojas. Somente neste ano, foram inauguradas e reformadas 12 lojas da Richards e 10 da Salinas. "Nossa média histórica é de três a quatro unidades por ano. Para 2010 e 2011, o investimento previsto é de R$ 80 milhões", enumera Carlos André de Laurentis, diretor-geral da Cia de Marcas.
Hoje, a Richards conta com 45 lojas próprias e 25 franquias. A Salinas tem 30 unidades, sendo a maior parte franquia. "Nossa estratégia para a Richards é abrir lojas próprias. Na Salinas, vamos mesclar, mas vamos dar mais prioridade para unidades próprias", diz Laurentis.
Com a abertura dos novos pontos de venda, a Cia das Marcas deve encerrar o ano com uma receita de R$ 300 milhões, sendo que R$ 240 milhões vêm da Richards. Nos próximos cinco anos, a previsão é que a Cia de Marcas atinja um faturamento de R$ 1 bilhão. O carro-chefe continuará sendo a Richards, representando R$ 700 milhões da receita total do grupo. Com a Cia de Marcas, o faturamento da InBrands deve ser de R$ 540 milhões neste ano.
Entre os projetos vislumbrados por Ferreira está a abertura de lojas da Richards na América Latina e o aumento das exportações da Salinas, que faz moda praia, a partir de 2012. "Antes desses projetos, precisamos aumentar nossa demanda interna e conseguir importar tecidos e outros materiais em grandes quantidades para ter escala e oferecer um custo acessível", disse Ferreira. Ele explica que hoje não há variedade maior de produtos porque o custo dos tecidos diferenciados no Brasil é elevado e não há escala suficiente para importar.
Com a Cia de Marcas, o faturamento da InBrands dobrou para R$ 540 milhões neste ano.
Fonte:valoronline.com.br
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