Demanda crescente do mercado chinês por lingeries pode favorecer vendas de produtos fabricados no Ceará
Um dos segmentos mais prejudicados com a relação comercial entre o Estado e a China já enxerga oportunidades
"Se você não pode com eles, venda pra eles". Vale a pena entender porque é permitida até a ousadia de mudar o famoso ditado quando se trata do histórico de desvantagens do setor têxtil cearense na relação comercial "China x Ceará".
Só que, agora, esse mesmo segmento iniciou um contra-ataque digno de outra máxima popular: "quem com ferro fere com ferro será ferido". É que ao adquirir equipamentos chineses a valores mais baixos, os produtos locais acabam, por consequência, também tendo um custo menor para serem fabricados.
Apesar de reconhecer que a indústria têxtil local continua perdendo no cômputo final dessa relação com o gigante asiático, por conta da enxurrada de produtos acabados chineses nas grandes lojas de departamentos do País, o presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Ceará - Sinditêxtil (CE), Ivan Bezerra Filho, informou que o empresário cearense ainda pode vislumbrar uma oportunidade ainda mais lucrativa que a própria China está oferecendo.
Lingerie é a bola-da-vez
Segundo ele, por lá, existe uma demanda crescente por lingeries. E essa pode ser a chance do Ceará exportar moda íntima para as chinesas, já que o Estado é líder nacional na produção deste tipo de mercadoria.
"São Paulo já está fazendo isso. Só que nossa lingerie é melhor e mais barata. Falta só o Ceará ofertar para os chineses. Lá, a demanda é muito forte e cresce em velocidade alta. São 200 milhões de pessoas na classe média e outras 200 milhões entrando nesse camada social neste ano", reforça.
Ele acredita que o a capacidade de produção do Ceará pode ser ajustada para suprir parte desse nicho de mercado que está surgindo na China. "Estamos vendendo bem aqui dentro do País. Mas temos que ficar atentos às novas oportunidades de negócios. O cearense sabe se virar. É vivedor. Temos condições sim de ampliar a produção de lingeries aqui e exportar", analisa, salientando que apesar da concorrência com os chineses, o setor foi bem em 2010.
Diferencial
"São Paulo já está fazendo isso. Só que nossa lingerie é melhor e mais barata"
Ivan Bezerra Filho
Presidente do Sinditêxtil