sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A curiosa história do… sutiã


Há milênios as mulheres procuravam uma matéria-prima para confeccionar algo que desafiasse a lei da gravidade e sustentasse os seios. Referências revelam que em 2000 a.C., na Ilha de Creta, elas usavam tiras de pano para modelá-los. Mais tarde, as gregas passaram a enrolá-los para que não balançassem. Já as romanas adotaram uma faixa para diminuí-los… Mas nada muito doloroso. O purgatório femino começou mesmo no século XVI, quando um espertinho inventou de criar os espartilhos, cujo nome vem do esparto, uma uma gramínea utilizada na fabricação de cestos. Eram rígidos, apertados, sufocantes. Eram feitos também com barbatana de baleia e, por meio de cordões bem amarrados, eles apertavam os seios a tal ponto que muitas mulheres desmaiavam.

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Mammy, aperta o espartilho da Scarlett até ela não ter mais ar!

Essa ditadura acabou graças a uma dobradinha França-Estados Unidos na primeira década do século XX. De um lado, Paul Poiret, que tomado por uma estética oriental, começou a criar vestidos fluidos, soltos, onde o espartilho não cabia. Do outro lado, estava a socialite nova-iorquina Mary Phelps Jacob e seu vestido novo de festa. Com o espartilho, a roupa que ela queria usar não caia bem de forma alguma. Bem irritada, ela chamou a empregada e juntas confeccionaram uma espécie de porta-seios tendo como material dois lenços, uma fita cor-de-rosa e um cordão. Linda, leve e solta, caiu na balada, deixando as amigas com inveja. Como não devia estar afim de olho gordo de ninguém pra cima dela, resolveu começar a produzir algumas peças para as mais chegadas. No ano seguinte, em 1914, resolveu patentear a criação.

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Cópia da patente so primeiro sutiã, criado por Mary Phelps Jacob

E olha como tudo é uma questão de timing: sete anos antes, em 1907, a Vogue francesa já alcunhava a palvra “soutien”. Quer mais? Logo na época que Mary patenteou sua criação, a Primeira Guerra Mundial tava estourando. As mulheres precisavam de roupas práticas para trabalhar e não podiam ficar presas a seus espartilhos. Você pensa: essa mulher ficou rica! Riiiiica! Mas não ficou. A tonta achou que o sutiã não ia dar em nada e acabou vendendo a patente para a Warner Bros por míseros 1550 dólares. Nos 30 anos seguintes, a empresa iria faturar 15 milhões de dólares com esta peça de roupa. E Mary iria morrer de despeito. O resto é história: na década de 20, os sutiãs achataram o busto (culpa da Chanel e seu estilo “garçonne”!).

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Madonna e Lady Gaga: épocas diferentes, stylings semelhantes

Nos anos 30, a silhueta feminina voltou a ser valorizada. Surgem os bojos de enchimento e as estruturas de metal para aumentar os seios. Nos 50, com o advento do nylon, as peças ficam mais sedutoras e conquistam as estrelas de Hollywood. Nos 60, as feministas queimam em praça pública a peça que consideravam símbolo da opressão masculina. Nos 70, a mulherada esquece que ele existe e vai curtir a liberação sexual. Nos anos 80, Madonna deixa todo mundo passado com os sutiãs pontudos de Jean Paul Gaultier. E, nos dias de hoje, só se fala em sutiã como “roupa de mostrar”. Filosofia seguida à risca por Lady Gaga, que precisa só dele e de uma calcinha pra fazer um show. Pelo menos ela ainda usa isso.



Fonte:descolex.com

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