A Copa do Mundo começa oficialmente no dia 11 de junho, mas, no Brasil, há alguns meses, já se respira o torneio. E a torcida ficou ainda mais envolvida depois da divulgação da lista com os jogadores convocados para defender a Seleção na África do Sul. A relação, que foi motivo de diversas especulações antes de ser anunciada, como não poderia deixar de ser, rendeu uma chuva de críticas ao técnico Dunga. Alguns nomes tiveram a competência contestada nas ruas, onde, da mesma forma, foram criticadas algumas ausências.
Quem está certo nessa história: Dunga ou o povo? O que cada jogador fez para estar entre os convocados? O que faltou aos ausentes? E você, se sua profissão fosse jogador de futebol, estaria entre os convocados?
O técnico Dunga e seu auxiliar, Jorginho
A lista de ausências questionadas pelos torcedores brasileiros é extensa: Neymar, Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Adriano etc. Já com relação às presenças, o centro das atenções tem sido o atacante Grafite, por ele ter atuado pouco pela Seleção e não ter se destacado muito nos últimos meses em seu time, o Wolfsburg, da Alemanha. Dunga, no entanto, foi enfático na coletiva que concedeu após a divulgação dos convocados: "Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima, e tem algumas que em cinco minutos demonstram porque vieram". Segundo o treinador, nos 15 minutos jogados no amistoso contra a Irlanda, em março, Grafite soube aproveitar sua chance e demonstrou as competências necessárias para estar na equipe que agora já se encontra na África do Sul.
Aproveitar as oportunidades
Tratando-se de mercado de trabalho, o futebol não é muito diferente de outros setores. A concorrência é grande e as oportunidades passam rapidamente. O profissional precisa estar atento e preparado para aproveitar cada chance com competência. "O bom profissional deve trazer resultados, não a qualquer preço, mas de uma maneira ética e responsável. Deve estar alinhado à cultura e aos valores da organização, mostrar compatibilidade para com seus líderes e colegas de trabalho, de nada adianta ter muito talento e pouco agregar à equipe", afirma Paulo Araújo, autor do livro Desperte seu Talento - dicas essenciais para a sua carreira. E o consultor Luiz Affonso Romano complementa, dizendo que é preciso "estar atento ao que o mercado procura, e não só às suas habilidades e competências numa outra equipe/ organização, num outro contexto, outro gestor".
Adriano(esq.) e Grafite(dir.)
Grande parte das críticas à convocação de Grafite se deve, também, ao fato de ele ter substituído o experiente Adriano, ex-ídolo do Flamengo e que esteve presente na equipe de Dunga por várias vezes. Experiente, habilidoso e em boa fase, por que Adriano ficou fora? Bem, era a ele que Dunga se referia quando falou: "Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima". Como afirma Paulo Araújo, "o sucesso é a soma de pequenas e grandes decisões e como o profissional sabe aproveitar as chances que aparecem", o que o ex-imperador da Gávea parece não ter aprendido.
No mercado de trabalho, alguns fatores, como uma boa formação, aperfeiçoamentos e experiência, são determinantes na busca por um espaço e devem guiar o profissional sempre a um mesmo objetivo: "a capacidade de executar o planejado e ser uma referência para clientes e colegas de trabalho", como ressalta Paulo Araújo.
Outro fator importante, conforme lembra a consultora da Career Center, Claudia Monari, é "manter a rede de relacionamento sempre ativa", o que "ajuda muito a identificar oportunidades".
O peso da reputação
O escritor Paulo Araújo é enfático: "talento sem reputação de nada vale". Manter uma boa conduta dentro e fora do ambiente de trabalho é essencial para o sucesso de um profissional. E isso foi outro calo na temporada 2009 de Adriano. As brigas com a namorada em público, as supostas relações com traficantes e os atrasos e ausências nos treinamentos e em jogos importantes podem ter deixado na carreira do Imperador uma mancha difícil de sair. "Reputação é tudo. Demora um minuto para perdê-la e uma vida para construí-la. A sua reputação é o seu maior tesouro, seu maior bem", ressalta Araújo.
Já a consultora Claudia Monari lembra que a postura do profissional também é um fator determinante de sua competência. "O conceito de competência é formado por conhecimentos, habilidades e atitudes. Você só é competente se houver esses três ingredientes no seu desempenho. No caso do Adriano, a atitude não era a esperada para aquele tipo de desafio, por isso foi preterido (pelo técnico Dunga)", afirma Monari.
No dia a dia do mercado de trabalho, é preciso "estar consciente de que a carreira é seu patrimônio e, portanto, cultivá-la, adaptá-la às necessidades, trabalhar a sua rede de relacionamento, aprender a gerir o seu tempo, aumentar de forma comedida a sua visibilidade", afirma Luiz Affonso Romano.
O profissional de confiança
Kaká
Na Seleção, Kaká é o maior exemplo de como a carreira pesa nas decisões de alguns gestores. Contundido e em uma fase que não é das melhores, o craque do Milan, mesmo antes da divulgação dos nomes dos convocados, já era figura garantida no time de Dunga. O motivo: confiança no trabalho demonstrado nas partidas em que foi chamado pelo técnico. Nem mesmo o brilhantismo dos meninos do Santos conseguiu ameaçar a posição do meia.
Paulo Araújo, no entanto, adverte que a confiança na experiência, a preferência pela garantia de um trabalho já conhecido, nem sempre prevalece. "Isso depende de como pensa cada gestor e das circunstâncias do momento que vive a organização. Por vezes é hora de lançar e dar espaço para um novo talento, às vezes não é hora de arriscar e apostar naquele que já deu resultados", afirma.
Para Romano, "é preciso haver uma mescla, tal qual em 1958 – mais difícil por ser fora do continente e não sermos a força temida de agora – com Pelé aos 17 anos e Nilton Santos aos 32, já tendo disputado duas Copas".
A lição para os estagiários
"O estágio, se bem aproveitado, corresponde à oportunidade de o jovem não apenas mostrar seu talento e empenho, mas também se preparar para avançar na trajetória profissional quando surgir o 'grande desafio' que renderá a tão sonhada convocação, ou melhor, a efetivação". Isso é o que afirma Noely David, supervisora de Processos Especiais do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que concedeu uma entrevista ao Administradores falando sobre as lições da Copa para os jovens que estão começando a buscar espaço no mercado de trabalho.
Fonte:administradores.com.br
Quem está certo nessa história: Dunga ou o povo? O que cada jogador fez para estar entre os convocados? O que faltou aos ausentes? E você, se sua profissão fosse jogador de futebol, estaria entre os convocados?
O técnico Dunga e seu auxiliar, Jorginho
A lista de ausências questionadas pelos torcedores brasileiros é extensa: Neymar, Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Adriano etc. Já com relação às presenças, o centro das atenções tem sido o atacante Grafite, por ele ter atuado pouco pela Seleção e não ter se destacado muito nos últimos meses em seu time, o Wolfsburg, da Alemanha. Dunga, no entanto, foi enfático na coletiva que concedeu após a divulgação dos convocados: "Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima, e tem algumas que em cinco minutos demonstram porque vieram". Segundo o treinador, nos 15 minutos jogados no amistoso contra a Irlanda, em março, Grafite soube aproveitar sua chance e demonstrou as competências necessárias para estar na equipe que agora já se encontra na África do Sul.
Aproveitar as oportunidades
Tratando-se de mercado de trabalho, o futebol não é muito diferente de outros setores. A concorrência é grande e as oportunidades passam rapidamente. O profissional precisa estar atento e preparado para aproveitar cada chance com competência. "O bom profissional deve trazer resultados, não a qualquer preço, mas de uma maneira ética e responsável. Deve estar alinhado à cultura e aos valores da organização, mostrar compatibilidade para com seus líderes e colegas de trabalho, de nada adianta ter muito talento e pouco agregar à equipe", afirma Paulo Araújo, autor do livro Desperte seu Talento - dicas essenciais para a sua carreira. E o consultor Luiz Affonso Romano complementa, dizendo que é preciso "estar atento ao que o mercado procura, e não só às suas habilidades e competências numa outra equipe/ organização, num outro contexto, outro gestor".
Adriano(esq.) e Grafite(dir.)
Grande parte das críticas à convocação de Grafite se deve, também, ao fato de ele ter substituído o experiente Adriano, ex-ídolo do Flamengo e que esteve presente na equipe de Dunga por várias vezes. Experiente, habilidoso e em boa fase, por que Adriano ficou fora? Bem, era a ele que Dunga se referia quando falou: "Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima". Como afirma Paulo Araújo, "o sucesso é a soma de pequenas e grandes decisões e como o profissional sabe aproveitar as chances que aparecem", o que o ex-imperador da Gávea parece não ter aprendido.
No mercado de trabalho, alguns fatores, como uma boa formação, aperfeiçoamentos e experiência, são determinantes na busca por um espaço e devem guiar o profissional sempre a um mesmo objetivo: "a capacidade de executar o planejado e ser uma referência para clientes e colegas de trabalho", como ressalta Paulo Araújo.
Outro fator importante, conforme lembra a consultora da Career Center, Claudia Monari, é "manter a rede de relacionamento sempre ativa", o que "ajuda muito a identificar oportunidades".
O peso da reputação
O escritor Paulo Araújo é enfático: "talento sem reputação de nada vale". Manter uma boa conduta dentro e fora do ambiente de trabalho é essencial para o sucesso de um profissional. E isso foi outro calo na temporada 2009 de Adriano. As brigas com a namorada em público, as supostas relações com traficantes e os atrasos e ausências nos treinamentos e em jogos importantes podem ter deixado na carreira do Imperador uma mancha difícil de sair. "Reputação é tudo. Demora um minuto para perdê-la e uma vida para construí-la. A sua reputação é o seu maior tesouro, seu maior bem", ressalta Araújo.
Já a consultora Claudia Monari lembra que a postura do profissional também é um fator determinante de sua competência. "O conceito de competência é formado por conhecimentos, habilidades e atitudes. Você só é competente se houver esses três ingredientes no seu desempenho. No caso do Adriano, a atitude não era a esperada para aquele tipo de desafio, por isso foi preterido (pelo técnico Dunga)", afirma Monari.
No dia a dia do mercado de trabalho, é preciso "estar consciente de que a carreira é seu patrimônio e, portanto, cultivá-la, adaptá-la às necessidades, trabalhar a sua rede de relacionamento, aprender a gerir o seu tempo, aumentar de forma comedida a sua visibilidade", afirma Luiz Affonso Romano.
O profissional de confiança
Kaká
Na Seleção, Kaká é o maior exemplo de como a carreira pesa nas decisões de alguns gestores. Contundido e em uma fase que não é das melhores, o craque do Milan, mesmo antes da divulgação dos nomes dos convocados, já era figura garantida no time de Dunga. O motivo: confiança no trabalho demonstrado nas partidas em que foi chamado pelo técnico. Nem mesmo o brilhantismo dos meninos do Santos conseguiu ameaçar a posição do meia.
Paulo Araújo, no entanto, adverte que a confiança na experiência, a preferência pela garantia de um trabalho já conhecido, nem sempre prevalece. "Isso depende de como pensa cada gestor e das circunstâncias do momento que vive a organização. Por vezes é hora de lançar e dar espaço para um novo talento, às vezes não é hora de arriscar e apostar naquele que já deu resultados", afirma.
Para Romano, "é preciso haver uma mescla, tal qual em 1958 – mais difícil por ser fora do continente e não sermos a força temida de agora – com Pelé aos 17 anos e Nilton Santos aos 32, já tendo disputado duas Copas".
A lição para os estagiários
"O estágio, se bem aproveitado, corresponde à oportunidade de o jovem não apenas mostrar seu talento e empenho, mas também se preparar para avançar na trajetória profissional quando surgir o 'grande desafio' que renderá a tão sonhada convocação, ou melhor, a efetivação". Isso é o que afirma Noely David, supervisora de Processos Especiais do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que concedeu uma entrevista ao Administradores falando sobre as lições da Copa para os jovens que estão começando a buscar espaço no mercado de trabalho.
Fonte:administradores.com.br
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