Felizmente a economia tem colaborado e evitado desastres, porém no primeiro revés muitas não suportarão a carga.
Insisto que a negligência com a competição é que a cria a concorrência, mas isso tem mais apelo no esporte do que em gestão empresarial.
Sabe aqueles pequenos detalhes que fazem enorme diferença no final, como acontece no futebol: gols fora de casa valem o dobro, vitória no campo do adversário serve para desempate, saldo de gols conta em uma decisão, e assim por diante? Pois é, em gestão é a mesma coisa.
Conta a história que um grande fabricante de relógios ao ouvir que um concorrente estava colocando seus produtos nas farmácias respondeu: – E eu vou me preocupar com isso? Quem são eles e como podem nos incomodar?
O tempo passou e realmente incomoda. Hoje, ambos, vendem relógios de ouro nos mesmos locais e com preços similares.
Faltaram informações?
Alguns dirão: “Dados que não provocam reflexões, decisões e ações não são informações, apenas dados.”
Será que esse conceito está correto?
Não fazer nada também, não é uma decisão?
Houve uma manifestação tácita, não houve, negando, peremptoriamente, a crença em uma ameaça mercadológica?
O concorrente também não abocanhou mercado de um dia para o outro, certo? Dessa forma a ameaça poderia ter sido percebida, não poderia?
Os problemas empresariais não ficam restritos às questões de mercado. Há fatos que ocorrem dentro das empresas,que demandam medidas corretivas e que não são tomadas. Volume de defeitos crescentes, perda de produtividade, custos fixos exagerados, descompasso entrerecebimentos e pagamentos, margens de contribuição negativas, entre tantas outras.
Ora, se não faltam teses de gestão onde está o “nó da questão”? Cursos, workshops, leituras não resolveriam?
Em muitos casos não, porque o problema reside em um processo de desorientação.
Empresas trocam modelos gestão, softwares, gestores e mesmo assim não encontram o caminho.
Preste atenção: Todos os modelos de gestão geram resultados. Mas, nem todos são adequados à sua empresa.
Carrinhos de sorvete nas ruas podem gerar resultados interessantes, carrinhos de pregos têm poucas chances. Dá para entender?
Modelos de gestão devem atender particularidades e cultura. Não acredita nisso?
Pense comigo: por que os modelos que fizeram o sucesso das empresas japonesas não deram os mesmos resultados em todosos lugares do mundo? E olha que não faltaram candidatos a samurais, loiros, de olhos azuis!
O que costuma ocorrer nas empresas é desorientação administrativa.
Calma, não estou chamando ninguém de maluco.
Desorientação é falta de orientação, falta de critério.
Há um fato interessante:
Pessoas são reativas às mudanças e não se dão bem com estas, por isso para manter a ordem estabelecida acabam mudando.
Olha que loucura: mudam para não mudar.
Gestores vão ao mercado em busca de novas pessoas, para dar continuidade às velhas ideias. Novas pessoas significam novas ideias, novos conceitos, com isso, ao não quererem mudar, mudam!
Esse encontro dificulta a escolha e sedimentação de conceitos. A empresa fica, portanto, oscilando entre o novo e ovelho, e entre os novos e os velhos.
Pronto, está instalado um processo de desorientação.
Esquisito?
Não, fato! Vejo isso todos os dias.
Deixe-me perguntar: – Como estão os seus critérios de gestão.
Fonte:ogerente.com.br
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