Boa parte das 2.300 empresas especializadas em moda praia está instalada nos polos industriais do segmento, com destaque para Itapagé (CE), Natal, Salvador, Brasília, Vila Velha (ES), Cabo Frio (RJ), São José (SC) e Sarandi (PR).
Cabo Frio é, segundo o Sebrae, um dos mais antigos arranjos produtivos locais especializados em moda praia, congregando mais de 60 empresas, muitas delas exportadoras. Mas foi o polo de Natal, com cerca de 12 indústrias e pouco mais de duas décadas de atividade, um dos que mais se destacaram na última temporada nas feiras nacionais e internacionais. A explicação, segundo Francisca de Aquino, coordenadora da carteira de têxtil e confecção do Sebrae Nacional, está na melhoria da qualidade e do design dos produtos e na adoção de elementos da cultura local nas coleções. "Hoje, os biquínis e maiôs ali produzidos têm identidade, uma história para contar. Nas estampas, as flores são típicas do Nordeste, os personagens fazem parte da cultura popular."
Um dos responsáveis por essa mudança é o Projeto Natal Pensando Moda, que contou com a participação do estilista Ronaldo Fraga. Por meio de oficinas e consultorias dentro das próprias empresas, ele ajudou as confecções locais a dar uma nova identidade a suas criações. Com 23 anos de mercado, a empresária Débora Sayonara Santos de Azevedo, dona da Mater Sol, foi uma das que incorporaram na coleção as propostas de Fraga. "Desenvolvemos técnicas de pintura manual com temas do Nordeste. O trabalho foi muito bem aceito", revela.
Com um faturamento anual próximo dos R$ 3 milhões e uma produção de 40 mil peças/mês, a Mater Sol há seis anos exporta 30% do que produz, principalmente para os Estados Unidos, França, Itália, Qatar, Dinamarca e Portugal. Segundo a empresária, a participação da marca na feira de moda praia de Paris rendeu-lhe bons negócios, entre eles o desenvolvimento de um mostruário exclusivo para uma cadeia de 400 lojas em Portugal. "As feiras funcionam como importantes vitrines, principalmente para quem é pequeno e não dispõe de verbas para prospectar novos mercados", diz. Segundo Auxiliadora Salles, gerente da Unidade Indústria do Sebrae RN, os negócios gerados pelas empresas potiguares nas feiras internacionais somaram €100 mil em 2009 e a expectativa é que em 2010 os resultados sejam 20% maiores.
Com 3 mil clientes espalhados pelo Brasil, a Mater Sol luta para driblar a sazonalidade. "Apesar do aumento das exportações, ainda enfrentamos muita ociosidade nos meses de inverno", afirma Débora. Para mudar esse cenário, o Sebrae do Estado realizará a partir de 2011 uma série de rodadas de negócios em vários Estados do país. A ideia é fomentar novas parcerias e abrir canais para escoamento da produção local.(K.S.)
Fonte:valoronline.com.br
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