O objetivo do projeto é estimular a conscientização ambiental nas escolas.
Neste sábado (27) mais uma instituição de ensino adere ao cultivo de árvores
Nova Friburgo,
Região Serrana do Rio, é capital da moda íntima e cada vez mais, se
torna local de confecções com boas ideias. A quantidade de lixo têxtil
gerado por várias empresas friburguenses é constante e há quem saiba
reutilizar esse material em ações voltadas para o meio ambiente. É o
caso da confecção “Elas”, que ao invés de jogar no lixo os cones de
linha e os restos de tecido de algodão, os reutiliza para cultivar mudas
de árvores nativas da mata atlântica. O projeto chamado “Elas
Preservando” já foi implantado em três escolas da cidade, onde as
crianças aprendem a cuidar e a plantar as mudas de plantas.
Os alunos desta escola acompanham de perto o crescimento das mudas (Foto: Divulgação)
A microempresa surgiu em março de 2010, mas desde 2009 os
proprietários Alex Sandro Santos e Adriana Maria dos Santos pensaram em
dar utilidade para o que antes, era jogado fora. “Naquela época (2009)
fazíamos facção de sutiã, ou seja, prestávamos o nosso serviço para uma
confecção de grande porte da cidade. Cada par de bojo (material de
espuma usado no sutiã para dar sustentação aos seios) vai dentro de uma
sacola plástica onde consta o nome do fabricante e o tamanho do bojo”,
contou Alex, que começou reaproveitando essas sacolinhas.
Em 2011, Alex e Adriana passaram a fabricar roupas de bebê e por não
ter mais as sacolinhas do bojo, começaram a reaproveitar os cones de
linha de costura industrial de sua própria fábrica e também de outras
empresas. “Esse material é muito semelhante ao tubete de plantas e por
ser feito de PVC, pode ser reaproveitado várias vezes, já que a muda é
retirada deste plástico para ser introduzida no solo”, explicou Alex.
Ele lembrou que o objetivo do projeto é expandir a área verde em Nova
Friburgo, despertar o interesse do empresariado local no desenvolvimento
de ações voltadas para a preservação ambiental e estimular os
estudantes para um contato direto com o meio ambiente.
As mudas de plantas nativas da Mata Atlântica são
cultivadas dentro dos cones de linha.
(Foto: Divulgação)
cultivadas dentro dos cones de linha.
(Foto: Divulgação)
A ideia tem dado tão certo que a Escola Municipal Patrícia Jonas
S'antanna, Centro Educacional Souza Poletti e Colégio Estadual José
Martins da Costa já aderiram ao projeto e neste sábado (27), a Escola
Parque Folly também vai ganhar mudas de plantas. Segundo Alex, o projeto
vai auxiliar os professores na educação ambiental dos alunos, entre 6 e
14 anos, de forma simples e prática, onde os próprios alunos ficarão
encarregados de cuidar das mudas até as mesmas atingirem a fase ideal
para serem plantadas definitivamente.
Segundo Flávia Souza, diretora do Centro Educacional Souza Poletti, o
projeto foi implantado na escola no ano passado e neste ano, vai
receber novas mudas de plantas nativas na Mata Atlântica. “Nós achamos
esse projeto muito interessante, pois nós já trabalhávamos com educação
ambiental”, contou Flávia, que implantou em sua escola o projeto “Minha
escola é verde”. As crianças que participam do projeto tem entre 1 e 10
anos e cultivam aproximadamente 70 mudas de pinheiro de araucária e
palmito juçara.
“Está sendo muito bom pra gente. Antes nós tínhamos apenas a teoria e
agora os alunos aprendem na prática, cuidando de uma muda de árvore.
Eles cuidam com muito amor e carinho e já imaginam a árvore plantada num
parque. A nossa disciplina de educação ambiental teve uma aceitação
muito grande dos alunos, justamente por conta do projeto "Elas
Preservando”, frisou Flávia que adotou, inclusive, uniformes ecológicos
(50% pet e 50% algodão) para os professores e pretende expandir para os
alunos.
Depois de cultivadas pelos alunos, as mudas se transformam em árvores para plantio definitivo (Foto: Divulgação)
A confecção possui atualmente cinco mil cones de linhas vazios que
estão disponíveis, além de retalhos de tecido de algodão que são
utilizados para para tapar o orifício interno do cone de linha, para
evitar que a terra caia. A ideia da empresa é expandir o projeto para
outras escolas da cidade.
A confecção “Elas” foi a primeira empresa do ramo a receber um selo
verde da ONG Ecolmeia, que mostra que a empresa é amiga da natureza,
atraindo o cliente mais consciente. No que diz respeito à formação do
aluno que participa do projeto, Alex acredita que o principal benefício é
a conscientização ambiental, já que as crianças estão em contato direto
com a natureza, compreendendo, desde cedo, que com atitudes simples e
práticas podem contribuir para a preservação do meio ambiente.
“Poderíamos simplesmente comprar mudas de árvores de algum horto e
plantá-las. Aí diríamos que já estamos fazendo a nossa parte. Certamente
isso daria muito menos trabalho, mas não teríamos um projeto que tem
como missão educar e fazer com que a nova geração cresça com a
responsabilidade de cuidar da fauna e da flora”, frisou Alex, lembrando
que não adianta plantar árvores hoje, se futuramente elas forem cortadas
pro falta de conscientização.
As crianças cultivam as mudas até chegarem no tamanho de plantio definitivo (Foto: Divulgação)
Segundo Alex, o próximo passo da empresa é levar (em parceria com a
secretaria de educação de Nova Friburgo) o projeto para várias escolas
municipais. “Também estamos buscando junto com a Prefeitura um local
onde possamos montar um viveiro de mudas em maior proporção para que
este espaço possa servir como base e receber as mudas cultivadas pelas
escolas até serem plantadas em local definitivo. Imaginamos que o local
ideal para isto seria o horto municipal onde já existem pessoas
capacitadas para auxiliar nos cuidados das mudas. Pretendemos nos
encontrar com o secretário de meio ambiente nos próximos dias para
apresentar o projeto, criando uma área de conservação ambiental e
gerando uma maior arrecadação de ICMS-Verde” frisou Alex.
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