quinta-feira, 21 de junho de 2012

Problemas com o filho do dono da empresa? Resolva o conflito e não se prejudique


Líderes devem tomar cuidado ao tentar solucionar impasses com parentes do proprietário da empresa. Veja como agir

Trabalhar em uma empresa familiar nem sempre pode ser tão fácil quanto se imagina, especialmente quando se percebe que o filho do dono, a esposa ou o irmão tem carta branca para fazer o que bem quiser na companhia. Nesta hora, difícil mesmo é não ceder à pressão e questionar o trabalho e a autoridade de cada um.
Contudo, essa não é a atitude mais recomendada, principalmente se a sua intenção for manter seu emprego na empresa. Por isso, tenha calma antes de sair arrumando conflitos por aí e seja inteligente.
“O gestor jamais deve levar a queixa dele para o lado pessoal ou fazer do problema uma fofoca. O ideal é que ele procure a pessoa [parente] com quem ele tenha uma divergência e tente resolver a questão de forma rápida”, diz o sócio-diretor e fundador da consultoria de gestão Muttare, Tatsumi Roberto Ebina.
Segundo ele, comentar o fato com terceiros apenas desfavorece o clima corporativo e não soluciona problema algum e, por tal razão, essa atitude deve ser evitada.
Explique o problema

Durante o bate-papo o líder deve informar, de forma clara e racional, o que está acontecendo que não condiz com as políticas da empresa. É a partir desta conversa que o gestor perceberá então a linha de conduta do colaborador envolvido no problema, bem como a da empresa.
“O gestor deve observar se a pessoa que tem um certo grau de parentesco se preocupa em solucionar o conflito ali mesmo ou se resolve a situação no almoço de domingo com a família”, diz o diretor-executivo da Page Personnel, Roberto Picino.
Se a resposta for a primeira, ótimo, página virada. Agora se for a segunda, cuidado! Certamente você estará trabalhando em uma empresa que favorece mais aqueles que são da família do que os demais profissionais que trabalham lá dentro. E como já diria, Ebina, “em uma briga de elefantes quem sofre é a grama, e neste caso, a grama é o gestor”.
Por isso, se percebido que o valor da empresa for ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, tentar uma solução de nada adiantará e o líder ainda correrá o risco de perder seu emprego, já que a corda tende a romper sempre do lado mais fraco desta relação.
“Essa é a maior estupidez que acontece nas empresas familiares: a complacência de poder de mando com grau de parentesco”, diz Ebina, que garante que em uma situação como esta a melhor saída é ficar de cabeça baixa e conviver com a situação ou procurar outro emprego.
É preciso um mediador

Mas e quando a situação não se resolve na conversa e também não avança para a esfera familiar, o que fazer? Nesta caso, o gestor terá ainda uma outra opção: a de requisitar um mediador para o conflito.
“Se após a conversa os envolvidos não tiverem um entedimento sobre a questão, eles podem pedir que outro profissional, um gestor ou até mesmo o dono da empresa, avalia a situação”, recomenda o sócio-diretor e fundador da consultoria de gestão Muttare.
E nada de amenizar o fato! A conversa deve ser franca, direta e tratar exclusivamente de como a postura adotada pelo contratado pode impactar negativamente o desempenho do negócio.
“Se o pai tiver uma concordência com esse aspecto, ele certamente conversará com o filho para harmonizar o cenário”, conclui Ebina.

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