A maior rede de varejo de moda do Brasil está agora engajada no enfrentamento do trabalho ilegal e degradante. A C&A Modas assinou o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. É a primeira empresa do setor a assinar o compromisso.
A C&A assinou o pacto junto com 40 de seus fornecedores, que também se comprometeram a monitorar suas cadeias produtivas, de modo a não permitir que em nenhuma etapa do processo exista o uso de mão de obra análoga a escravidão.
A iniciativa da C&A é um marco no enfrentamento do trabalho degradante.
A C&A foi alertada para o problema em maio de 2006, quando a revista do Instituto Observatório Social publicou a reportagem Que moda é essa?, de autoria de Marques Casara, da equipe da Papel Social.
A reportagem mostrou que a C&A usava imigrantes ilegais, em regime de trabalho de até 17 horas diárias, em oficinas clandestinas localizadas em São Paulo.
Na época, ao ser alertada para o problema, a empresa se recusou a conversar com o jornalista.
Após a publicação da reportagem e de uma ampla mobilização que envolveu o Observatório Social e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a empresa reconheceu o problema e iniciou uma ampla reformulação no sistema de controle de fornecedores.
A C&A mudou os protocolos de monitoramento da cadeia produtiva e tornou-se uma empresa empenhada em enfrentar o uso de mão de obra escrava, ilegal ou degradante.
A ação da empresa, que culminou com a assinatura do Pacto Nacional junto com mais 40 fornecedores, é um exemplo concreto de como o jornalismo e o ativismo social podem, juntos, construir um mundo mais justo e sustentável.
A Papel Social acredita que a denúncia jornalística sem sensacionalismo e a disponibilidade dos atores para o diálogo são eficazes para a construção de novas relações de produção e de trabalho.
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