O segmento de moda ampliará o número de lojas no próximo ano, no ritmo de 2010, em que e a expectativa é alcançar 1.495 estabelecimentos, ante os 1.285 estabelecimentos comerciais de grande expressão em todo o País, conforme pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim). O estudo leva em conta grandes redes de varejo especializadas em vestuário, como Renner, C&A, Marisa, Marisol, além de unidades de supermercados que comercializam roupas -Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart- e que devem disputar ainda mais o consumidor depois de sentirem aumento das vendas ao longo de 2010.
Segundo o empresário André Luiz, da rede Four Style, "o principal desafio do setor é a diminuição da informalidade e a falta de profissionais aptos a lidar com uma área tão importante da nossa economia". O empresário, de olho na expansão no mercado nacional de vestuário, e que afirma estar à frente de uma marca que atua com fitness, vê um consumo de itens esportivos bastante promissor no Brasil, não só por causa do clima, mas também por conta dos grandes eventos que o País irá receber, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
"Estamos focando a produção em unidades franqueadas e de conveniência inseridas nas academias. Estamos ampliando a produção de bolsas, faixas de cabelo, garrafinhas, tops, bermudas, vestidos, macacões, blusas, bodies, calças, casacos, maiôs, regatas, sunguetes e sungas. Esperamos dobrar a produção e também faturar mais", planeja André Luiz.
Expectativa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio varejista pode comemorar, já que registrou em outubro alta de vendas de 0,4% se comparadas às do mês de setembro e crescimento de 8,8% em comparação ao registrado ao mesmo período do ano passado. Além disso, há seis meses seguidos o comércio varejista registra alta de 11% ao ano.
Para André Luiz, mesmo atuando com uma marca nova no mercado, a expectativa é de crescimento. "Nossas metas de crescimento envolvem os segmentos de atacado (através de lojas multimarcas, representantes comerciais e consultoras de venda), academia (iremos selecionar as principais academias que já comercializam a nossa marca para dar um atendimento diferenciado) e franquias (nosso processo de formatação já está concluído, através do Grupo Soares Pereira)."
Para Sylvio Madel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), no entanto, o crescimento do setor, que deve se manter, também tem a ver com o aumento do poder aquisitivo do brasileiro -- especialmente em função do salário mínimo e dos programas de inclusão social do governo: "A expectativa é de crescimento nos próximos anos. A moda universalizada está à disposição de todas as camadas sociais do País".
Para ele, as ferramentas que devem ser levadas em conta na hora de alavancar o segmento são: "Uma boa e variada oferta de artigos, preços competitivos, qualidade nos tecidos e acabamentos, uma boa exposição de produto, aperfeiçoamento constante da equipe de vendas, campanhas de publicidade e logística eficiente".
Oportunidades
De acordo com a Abeim, o principal desafio do setor nos próximos anos será a capacitação da indústria. A associação aponta, também, que um dos maiores obstáculos das fabricantes brasileiras é abastecer o varejo com roupas de inverno, como, por exemplo, jaquetas. Já a Abvtex afirma que no mercado não há, por exemplo, fabricantes nacionais de jaquetas, principalmente de fibras sintéticas, que consigam suprir o varejo em termos de quantidade, qualidade e preço.
"Isto já foi comprovado por meio de pesquisas pelas quais foi constatado que a indústria nacional não tem vocação ou interesse em investir neste segmento devido ao nosso clima tropical. O período de inverno é curto no Brasil e atinge principalmente os estados do sul e do sudeste, inviabilizando uma linha de produção massiva (sic) e constante neste segmento durante todo o ano. A solução é importar jaquetas para suprir o mercado consumidor."
Ele explica, ainda, que o varejo têxtil de grande superfície representado pela associação tem como principal desafio atender às demandas de um mercado consumidor em expansão, com produtos de moda e bons níveis de qualidade a preços competitivos. "O desafio maior que envolve entidades de varejo, da indústria e o governo é encontrar e implementar mecanismo para capacitação da indústria nacional para acompanhar este ritmo de crescimento. Também é fundamental a não-criação de barreiras à importação, pois o varejo, justamente para atender esta demanda crescente, necessita importar mercadorias para suprir alguns gargalos da indústria nacional", afirma.
FONTE: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=14&id_noticia=356005
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