Fabricante investe US$ 180 milhões em unidade no Estado do Texas com capacidade para produzir 60 milhões de metros de denim
A cearense Santana Textiles, uma das maiores fabricantes nacionais de denim, tecido de algodão usado na produção de jeans, está investindo US$ 180 milhões na construção de uma fiação e tecelagem na cidade de Edinburg, no Estado do Texas, nos Estados Unidos. Mais da metade do investimento (60%) está sendo bancada pelo governo dos EUA e fornecedores internacionais.
Na tentativa de atrair o investimento e ampliar a geração de emprego, a administração da cidade de Edinburg usou uma prática comum entre os Estados brasileiros na guerra fiscal: redução de impostos e oferta do terreno para erguer a construção.
Segundo o diretor da companhia, Marcos José dos Santos, pelos próximos dez anos a empresa estará isenta de imposto predial, imposto sobre valor agregado, imposto de renda e taxas. Só com benefícios fiscais, a multinacional brasileira vai deixar de gastar US$ 25 milhões no período.
Além disso, por criar 800 postos de trabalho numa cidade de 150 mil habitantes, na divisa do EUA com o México, o governo americano vai dar para a companhia US$ 3 mil para treinar cada trabalhador. A empresa brasileira será a maior empregadora da cidade. O desemprego, hoje na casa de 10% nos EUA, é a grande preocupação do governo americano. "Os Estados Unidos estão ficando pobres", brinca o executivo, fazendo referência ao grande volume de benefícios.
Ele diz que o local preferido para estabelecer a nova planta seria o México, pois as confecções de jeans ficam na América Central. Mas as vantagens oferecidas pelo governo e a proximidade da matéria-prima, sendo o Texas o maior produtor de algodão, levaram a empresa a optar pelos EUA. "O mercado do Nafta, que engloba EUA, Canadá, México e Caribe, tem 500 milhões e está entre os maiores consumidores de denim do mundo." O executivo observa também que, com a produção de fio e tecido nos EUA, a empresa escapa do imposto de importação sobre o denim, que é de 16%.
Internacionalização. A nova unidade do grupo cearense será a sexta fábrica da empresa, que tem duas unidades no Rio Grande do Norte e as outras três espalhadas entre Mato Grosso, Ceará e Argentina. O primeiro passo dado pela companhia rumo à internacionalização foi em 2007, com uma fábrica na Argentina, na região do Chaco, onde é plantado o algodão.
O início da construção da fábrica nos EUA foi anunciado oficialmente ontem, com direito a comemoração: por um dia, o nome da cidade de Edinburg será Denimburg, para lembrar a chegada da nova empresa. A expectativa é de que confecções se estabeleçam no município.
A nova planta vai ocupar uma área de 145 mil metros quadrados e terá capacidade de 60 milhões de metros lineares de denim por ano. Ela vai começar a funcionar em setembro de 2011. Hoje, com as cinco unidades em operação, a empresa familiar de capital fechado, que está há 46 anos no setor, vai produzir neste ano 100 milhões de metros de denim. O faturamento deve chegar a R$ 550 milhões. No ano passado, foi de R$ 400 milhões.
PARA LEMBRAR
Crise amplia ida ao exterior de grupos do País
Apesar da crise, 38% das empresas brasileiras aumentaram o índice de internacionalização em comparação a 2008, segundo pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral.
O ranking, elaborado desde 2006, leva em consideração as vendas, os ativos e o número de funcionários - o total e a participação das subsidiárias. Com a combinação dessas informações chega-se a um índice que mostra quão internacionalizada é a empresa.
A explicação dos responsáveis pela pesquisa para esse avanço é que a crise fez com que as empresas repensassem suas estratégias globais para ganhar posições no mercado em relação aos competidores
O grupo brasileiro mais internacionalizada é o JBS Friboi, seguido pela a siderúrgica Gerdau, com mais da metade dos ativos fora do Brasil.
Fonte:estadao.com.br
A cearense Santana Textiles, uma das maiores fabricantes nacionais de denim, tecido de algodão usado na produção de jeans, está investindo US$ 180 milhões na construção de uma fiação e tecelagem na cidade de Edinburg, no Estado do Texas, nos Estados Unidos. Mais da metade do investimento (60%) está sendo bancada pelo governo dos EUA e fornecedores internacionais.
Na tentativa de atrair o investimento e ampliar a geração de emprego, a administração da cidade de Edinburg usou uma prática comum entre os Estados brasileiros na guerra fiscal: redução de impostos e oferta do terreno para erguer a construção.
Segundo o diretor da companhia, Marcos José dos Santos, pelos próximos dez anos a empresa estará isenta de imposto predial, imposto sobre valor agregado, imposto de renda e taxas. Só com benefícios fiscais, a multinacional brasileira vai deixar de gastar US$ 25 milhões no período.
Além disso, por criar 800 postos de trabalho numa cidade de 150 mil habitantes, na divisa do EUA com o México, o governo americano vai dar para a companhia US$ 3 mil para treinar cada trabalhador. A empresa brasileira será a maior empregadora da cidade. O desemprego, hoje na casa de 10% nos EUA, é a grande preocupação do governo americano. "Os Estados Unidos estão ficando pobres", brinca o executivo, fazendo referência ao grande volume de benefícios.
Ele diz que o local preferido para estabelecer a nova planta seria o México, pois as confecções de jeans ficam na América Central. Mas as vantagens oferecidas pelo governo e a proximidade da matéria-prima, sendo o Texas o maior produtor de algodão, levaram a empresa a optar pelos EUA. "O mercado do Nafta, que engloba EUA, Canadá, México e Caribe, tem 500 milhões e está entre os maiores consumidores de denim do mundo." O executivo observa também que, com a produção de fio e tecido nos EUA, a empresa escapa do imposto de importação sobre o denim, que é de 16%.
Internacionalização. A nova unidade do grupo cearense será a sexta fábrica da empresa, que tem duas unidades no Rio Grande do Norte e as outras três espalhadas entre Mato Grosso, Ceará e Argentina. O primeiro passo dado pela companhia rumo à internacionalização foi em 2007, com uma fábrica na Argentina, na região do Chaco, onde é plantado o algodão.
O início da construção da fábrica nos EUA foi anunciado oficialmente ontem, com direito a comemoração: por um dia, o nome da cidade de Edinburg será Denimburg, para lembrar a chegada da nova empresa. A expectativa é de que confecções se estabeleçam no município.
A nova planta vai ocupar uma área de 145 mil metros quadrados e terá capacidade de 60 milhões de metros lineares de denim por ano. Ela vai começar a funcionar em setembro de 2011. Hoje, com as cinco unidades em operação, a empresa familiar de capital fechado, que está há 46 anos no setor, vai produzir neste ano 100 milhões de metros de denim. O faturamento deve chegar a R$ 550 milhões. No ano passado, foi de R$ 400 milhões.
PARA LEMBRAR
Crise amplia ida ao exterior de grupos do País
Apesar da crise, 38% das empresas brasileiras aumentaram o índice de internacionalização em comparação a 2008, segundo pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral.
O ranking, elaborado desde 2006, leva em consideração as vendas, os ativos e o número de funcionários - o total e a participação das subsidiárias. Com a combinação dessas informações chega-se a um índice que mostra quão internacionalizada é a empresa.
A explicação dos responsáveis pela pesquisa para esse avanço é que a crise fez com que as empresas repensassem suas estratégias globais para ganhar posições no mercado em relação aos competidores
O grupo brasileiro mais internacionalizada é o JBS Friboi, seguido pela a siderúrgica Gerdau, com mais da metade dos ativos fora do Brasil.
Fonte:estadao.com.br
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