Enquanto os custos aumentavam em Taiwan duas décadas atrás, Ben Fan mudou sua fábrica de lâmpadas para a China, para aproveitar a mão de obra barata do país. Agora, com os salários chineses em alta, ele está de mudança novamente. "É a mesma coisa que aconteceu em Taiwan", diz Fan, presidente do conselho de administração da Neo-Neon Holdings, que vende lâmpadas e luminárias para grandes grupos varejistas ocidentais como a Home Depot, Target e Walmart. "Os chineses não querem mais trabalhar em fábricas."
Fan está ampliando sua fábrica no Vietnã, onde os salários estão na casa de US$ 100 por mês, um terço dos salários pagos na China. Ele pretende transferir 85% de sua produção para o país e até dezembro terá 8 mil funcionários no Vietnã - contra 300 um ano atrás - e apenas 5 mil na China, contra 25 mil em 2008.
Nos últimos dois anos, milhões de empregos foram transferidos para o interior da China e outros países da Ásia, em iniciativas dos donos de empresas para reduzir os custos. Em Guangdong, a principal Província exportadora da China, os salários quase dobraram nos últimos três anos, e mais de metade das fábricas não conseguem encontrar funcionários em números suficientes. A quantidade de migrantes que se dirigiram para as Províncias costeiras para trabalhar caiu 9% no ano passado, para 91 milhões. "E essa falta de mão de obra tende a piorar", diz Willy Lin, presidente do conselho de administração do Textile Council de Hong Kong, uma associação comercial.
Os donos de empresas queixam-se que os salários maiores estão acabando com os lucros, especialmente porque seus clientes continuam apertando-os para que eles reduzam seus preços. "A Walmart não vai nos pagar mais", afirma Poh-Heng Toh, gerente-geral da fabricante de ursos de pelúcia Lovely Criations. Outra fornecedora da Walmart, a fabricante de joias Profit Grand, reduziu seu staff de 600 pessoas para 450, em grande parte porque não consegue encontrar trabalhadores para os salários que está disposta a pagar, segundo afirma o presidente do conselho de administração, Hsu Chi Lin. Hsu diz que os salários subiram de 2% dos custos totais há cerca de uma década, para os atuais 12%, enquanto as margens líquidas caíram de 15% para cerca de 8%. Os donos de fábricas também estão preocupados com a possível valorização da moeda chinesa. O yuan acumula um ganho de 21% em relação ao dólar desde 2005, e muitos economistas acreditam que ele vai subir mais 5% este ano.
Embora o crescimento da China - 11,9% no primeiro trimestre - seja um fator na falta de mão de obra, o problema não vai desaparecer se a economia esfriar. A política de filho único do país significa que um número menor de pessoas está entrando no mercado de trabalho. Isenções fiscais para agricultores e subsídios para companhias que estão se estabelecendo no interior, vêm permitindo a mais pessoas encontrar trabalho perto de caso. E um setor de serviços em crescimento significa que mais oportunidades estão surgindo além dos portões das fábricas. "A geração mais nova está tentando conseguir trabalhos mais fáceis - servindo mesas em restaurantes ou trabalhando em supermercados", afirma Charles Yang, gerente-geral da Apache Footwear, empresa que fabrica calçados para a Adidas.
Muitas companhias estão encontrando meios de reduzir os custos. A gigante dos produtos eletrônicos Foxconn Technology, que fabrica iPhones para a Apple e celulares para a Motorola, abriu novas fábricas no norte e oeste da China, longe de sua base que fica próxima de Hong Kong. A Apache transferiu tarefas mais simples, como as costuras da parte superior de tênis, de Guangdong para fábricas do interior que pagam salários menores. A Apache também está ampliando uma fábrica em Chenrai, Índia, que estará produzindo pelo menos metade de seus calçados em cinco anos. A força de trabalho chinesa da companhia em breve será inferior a 10 mil, contra 18 mil funcionários dois anos atrás, segundo o gerente-geral Yang. "Estamos apertando o cinto até não poder mais para tirar mais do sistema", diz ele.
Ninguém espera o desaparecimento do setor industrial das áreas litorâneas da China. As redes de fornecedores para setores que vão do têxtil ao eletrônico - fabricantes de botões, zíperes, fios, conectores e coisas do gênero - não podem ser copiadas facilmente em outros países. Muitas companhias pretendem manter os trabalhos mais sofisticados na China oriental, transferindo tarefas mais básicas para outros lugares. A Neo-Neon, por exemplo, espera aumentar sua produção de iluminação por LEDs na China, mesmo ampliando seus negócios no Vietnã. Hoje, os trabalhadores chineses "querem empregos fáceis e bem remunerados", diz Fan. "Podemos dar isso a eles se começarmos a fazer produtos mais caros e de margens de lucro maiores."
Fonte:ValorEconomico!
Fan está ampliando sua fábrica no Vietnã, onde os salários estão na casa de US$ 100 por mês, um terço dos salários pagos na China. Ele pretende transferir 85% de sua produção para o país e até dezembro terá 8 mil funcionários no Vietnã - contra 300 um ano atrás - e apenas 5 mil na China, contra 25 mil em 2008.
Nos últimos dois anos, milhões de empregos foram transferidos para o interior da China e outros países da Ásia, em iniciativas dos donos de empresas para reduzir os custos. Em Guangdong, a principal Província exportadora da China, os salários quase dobraram nos últimos três anos, e mais de metade das fábricas não conseguem encontrar funcionários em números suficientes. A quantidade de migrantes que se dirigiram para as Províncias costeiras para trabalhar caiu 9% no ano passado, para 91 milhões. "E essa falta de mão de obra tende a piorar", diz Willy Lin, presidente do conselho de administração do Textile Council de Hong Kong, uma associação comercial.
Os donos de empresas queixam-se que os salários maiores estão acabando com os lucros, especialmente porque seus clientes continuam apertando-os para que eles reduzam seus preços. "A Walmart não vai nos pagar mais", afirma Poh-Heng Toh, gerente-geral da fabricante de ursos de pelúcia Lovely Criations. Outra fornecedora da Walmart, a fabricante de joias Profit Grand, reduziu seu staff de 600 pessoas para 450, em grande parte porque não consegue encontrar trabalhadores para os salários que está disposta a pagar, segundo afirma o presidente do conselho de administração, Hsu Chi Lin. Hsu diz que os salários subiram de 2% dos custos totais há cerca de uma década, para os atuais 12%, enquanto as margens líquidas caíram de 15% para cerca de 8%. Os donos de fábricas também estão preocupados com a possível valorização da moeda chinesa. O yuan acumula um ganho de 21% em relação ao dólar desde 2005, e muitos economistas acreditam que ele vai subir mais 5% este ano.
Embora o crescimento da China - 11,9% no primeiro trimestre - seja um fator na falta de mão de obra, o problema não vai desaparecer se a economia esfriar. A política de filho único do país significa que um número menor de pessoas está entrando no mercado de trabalho. Isenções fiscais para agricultores e subsídios para companhias que estão se estabelecendo no interior, vêm permitindo a mais pessoas encontrar trabalho perto de caso. E um setor de serviços em crescimento significa que mais oportunidades estão surgindo além dos portões das fábricas. "A geração mais nova está tentando conseguir trabalhos mais fáceis - servindo mesas em restaurantes ou trabalhando em supermercados", afirma Charles Yang, gerente-geral da Apache Footwear, empresa que fabrica calçados para a Adidas.
Muitas companhias estão encontrando meios de reduzir os custos. A gigante dos produtos eletrônicos Foxconn Technology, que fabrica iPhones para a Apple e celulares para a Motorola, abriu novas fábricas no norte e oeste da China, longe de sua base que fica próxima de Hong Kong. A Apache transferiu tarefas mais simples, como as costuras da parte superior de tênis, de Guangdong para fábricas do interior que pagam salários menores. A Apache também está ampliando uma fábrica em Chenrai, Índia, que estará produzindo pelo menos metade de seus calçados em cinco anos. A força de trabalho chinesa da companhia em breve será inferior a 10 mil, contra 18 mil funcionários dois anos atrás, segundo o gerente-geral Yang. "Estamos apertando o cinto até não poder mais para tirar mais do sistema", diz ele.
Ninguém espera o desaparecimento do setor industrial das áreas litorâneas da China. As redes de fornecedores para setores que vão do têxtil ao eletrônico - fabricantes de botões, zíperes, fios, conectores e coisas do gênero - não podem ser copiadas facilmente em outros países. Muitas companhias pretendem manter os trabalhos mais sofisticados na China oriental, transferindo tarefas mais básicas para outros lugares. A Neo-Neon, por exemplo, espera aumentar sua produção de iluminação por LEDs na China, mesmo ampliando seus negócios no Vietnã. Hoje, os trabalhadores chineses "querem empregos fáceis e bem remunerados", diz Fan. "Podemos dar isso a eles se começarmos a fazer produtos mais caros e de margens de lucro maiores."
Fonte:ValorEconomico!
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