População activa prefere trabalhar para empresas espanholas.
A escassez de mão-de-obra é um factor que, aliado à interioridade, condiciona a fixação de empresas em Paredes de Coura. Uma fábrica têxtil mudou de concelho depois de há dez anos se ter instalado para laborar com 100 operários e nunca ter passado dos 30.
O presidente da câmara de Paredes de Coura, Pereira Júnior reconhece a existência deste problema, uma vez que a falta de resposta às ofertas de emprego para fábricas que se quiseram instalar naquele município já chegou a "deixar ficar mal" a própria autarquia.
"Tivemos uma industria que veio de Barcelos, a TexMin, e que numa primeira oportunidade pretendia criar aqui cinquenta postos de trabalho e pediu à câmara que lhos garantisse. Passado um ano queria aumentar para o dobro o número de trabalhadores e a verdade é que nós não conseguimos cumprir essa obrigação na medida em que nem conseguimos arranjar os tais 50 postos de trabalho iniciais", declarou o autarca ao Jornal de Notícias, aludindo ao caso da agora extinta empresa TexCoura, que depois de laborar com grande dificuldade durante cerca de dez anos com um máximo de três dezenas de operárias acabou por fechar portas este mês com apenas 23 trabalhadoras.
Pereira Júnior explica esta dificuldade em recrutar mão-de-obra não qualificada naquele concelho com a tendência dos habitantes de Paredes de Coura para procurar emprego "em Espanha ou nas zonas industriais de Vila Nova de Cerveira, onde a maioria dos patrões também são espanhóis e, por isso, pagam mais", e lembra que os níveis de desemprego no que toca ao mercado laboral pretendido por indústrias como a do têxtil e de calçado serão baixos.
"Às vezes não é fácil num escalão etário dos 18 aos 30 anos encontrar gente no desemprego em Paredes de Coura, a não ser aqueles que o queiram. As indústrias mais fortes que estão cá a trabalhar estão servidas", defende, admitindo, contudo, que no caso da TexCoura "se mais trabalhadores houvesse, a fábrica não fechava".
Fracasso
"O trabalho aumentaria e as encomendas aumentariam, mas realmente com tão reduzido número de trabalhadoras não é possível chegar-se a um bom rendimento ou, pelo menos, um rendimento que justificasse o esforço que essa empresa estava a fazer para permanecer cá", adianta.
As diversas medidas adoptadas pela autarquia courense visam proporcionar condições para a instalação de empresas.
Um projecto "totalmente fracassado" é como Francisco Pereira, um dos administradores da empresa TexMin de Barcelos, classifica o investimento TexCoura.
Segundo este, a "muito baixa produtividade" das operárias locais - "enquanto as de Barcelos produzem 100 t-shirts por dia, em Coura nem metade" - e a reduzida oferta de mão-de-obra, terão impedido a continuidade da fábrica de Paredes de Coura.
A TexCoura foi vendida por um milhão de euros a um outro investidor, que manteve os postos de trabalho e irá laborar para a Inditex (Espanha).
No concelho de Paredes de Coura, 43,4 por cento da população está empregada no sector terciário segundo os últimos Censos, de 2001.
Fonte:jn.sapo.pt/paginainicial
A escassez de mão-de-obra é um factor que, aliado à interioridade, condiciona a fixação de empresas em Paredes de Coura. Uma fábrica têxtil mudou de concelho depois de há dez anos se ter instalado para laborar com 100 operários e nunca ter passado dos 30.
O presidente da câmara de Paredes de Coura, Pereira Júnior reconhece a existência deste problema, uma vez que a falta de resposta às ofertas de emprego para fábricas que se quiseram instalar naquele município já chegou a "deixar ficar mal" a própria autarquia.
"Tivemos uma industria que veio de Barcelos, a TexMin, e que numa primeira oportunidade pretendia criar aqui cinquenta postos de trabalho e pediu à câmara que lhos garantisse. Passado um ano queria aumentar para o dobro o número de trabalhadores e a verdade é que nós não conseguimos cumprir essa obrigação na medida em que nem conseguimos arranjar os tais 50 postos de trabalho iniciais", declarou o autarca ao Jornal de Notícias, aludindo ao caso da agora extinta empresa TexCoura, que depois de laborar com grande dificuldade durante cerca de dez anos com um máximo de três dezenas de operárias acabou por fechar portas este mês com apenas 23 trabalhadoras.
Pereira Júnior explica esta dificuldade em recrutar mão-de-obra não qualificada naquele concelho com a tendência dos habitantes de Paredes de Coura para procurar emprego "em Espanha ou nas zonas industriais de Vila Nova de Cerveira, onde a maioria dos patrões também são espanhóis e, por isso, pagam mais", e lembra que os níveis de desemprego no que toca ao mercado laboral pretendido por indústrias como a do têxtil e de calçado serão baixos.
"Às vezes não é fácil num escalão etário dos 18 aos 30 anos encontrar gente no desemprego em Paredes de Coura, a não ser aqueles que o queiram. As indústrias mais fortes que estão cá a trabalhar estão servidas", defende, admitindo, contudo, que no caso da TexCoura "se mais trabalhadores houvesse, a fábrica não fechava".
Fracasso
"O trabalho aumentaria e as encomendas aumentariam, mas realmente com tão reduzido número de trabalhadoras não é possível chegar-se a um bom rendimento ou, pelo menos, um rendimento que justificasse o esforço que essa empresa estava a fazer para permanecer cá", adianta.
As diversas medidas adoptadas pela autarquia courense visam proporcionar condições para a instalação de empresas.
Um projecto "totalmente fracassado" é como Francisco Pereira, um dos administradores da empresa TexMin de Barcelos, classifica o investimento TexCoura.
Segundo este, a "muito baixa produtividade" das operárias locais - "enquanto as de Barcelos produzem 100 t-shirts por dia, em Coura nem metade" - e a reduzida oferta de mão-de-obra, terão impedido a continuidade da fábrica de Paredes de Coura.
A TexCoura foi vendida por um milhão de euros a um outro investidor, que manteve os postos de trabalho e irá laborar para a Inditex (Espanha).
No concelho de Paredes de Coura, 43,4 por cento da população está empregada no sector terciário segundo os últimos Censos, de 2001.
Fonte:jn.sapo.pt/paginainicial
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